Oi, 15 bilhões de irresponsabilidades
Até o final de 2017 a Oi tinha uma dívida de cerca de R$ 42 bilhões com os credores privados. Essa dívida foi quase toda transformada em controle acionário por seis grupos de credores/especuladores de fundos americanos. Dessa forma, no primeiro trimestre de 2018 a empresa tinha uma dívida líquida de cerca de R$ 7 bilhões.
E como a Oi chegou ao terceiro trimestre de 2019 com uma dívida de cerca de R$ 15 bilhões? Por irresponsabilidade e incompetência.
Como pode a maior empresa de telecomunicações do país mais que dobrar a sua dívida em pouco mais de 1 ano?
Simples. Os atuais donos da Oi são grupos de especuladores norte-americanos (GoldenTree, York Global, Brokfield, Solus). O Conselho de Administração é composto por representantes desses grupos. Querem recuperar suas aplicações rapidamente, mesmo que isso represente a destruição da empresa.
Especulam com as ações da empresa na Bolsa de Valores. Especulam com a vida de milhares de trabalhadores – 700 trabalhadores da Serede foram demitidos e a intenção é demitir mais de 1000 trabalhadores diretos da Oi – e especulam com a sociedade – a qualidade dos serviços da Oi deixa muito a desejar.
A Oi está em recuperação judicial desde 29 de junho de 2016. São mais de três anos. Já está mais do que provada a incompetência dos antigos e dos atuais donos da Oi de retirá-la do buraco econômico e financeiro.
Então, perguntamos: por que não há nenhuma atuação da Anatel nesse processo? Qual a posição do Juiz da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro?
Instituto Telecom, Terça-feira, 21 de janeiro de 2020