CONFECOM termina com aprovação de bandeiras históricas

dez 18, 2009 by

Banda larguíssimaConfecom aprova bandeiras históricas dos movimentos sociais

Diversas propostas se tornaram resolução ao receber mais de 80% de aprovação dos delegados em um dos Grupos de Trabalho. Entre elas, está a criação de um Conselho Nacional de Comunicação com funções de monitoramento e também de deliberação acerca das políticas públicas do setor. Também passou por consenso nos grupos uma proposta de divisão do espectro radioelétrico entre os sistemas público, privado e estatal numa proporção de 40-40-20. Também foi aprovada a positivação do direito à comunicação na Constituição Federal. O artigo é de Cristina Charão, do Observatório do Direito à Comunicação.

Publicado originalmente no Observatório do Direito à Comunicação, via Carta Maior

Dificuldades metodológicas superadas, os grupos de trabalho constituídos para debater as propostas inscritas na 1a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) aprovaram uma série de resoluções que respondem a bandeiras históricas das organizações e movimentos sociais ligados à luta pelo direito à comunicação e a democratização da mídia.

Estas propostas se tornaram resolução ao receber mais de 80% de aprovação dos delegados em um dos GT’s. Algumas aprovações chegam a surpreender, por serem pautas tradicionalmente rechaçadas pelo empresariado e mesmo por órgãos governamentais.

Por exemplo, foi aprovada a criação de um Conselho Nacional de Comunicação com funções de monitoramento e também de deliberação acerca das políticas públicas do setor. Também passou por consenso nos grupos uma proposta de divisão do espectro radioelétrico entre os sistemas público, privado e estatal numa proporção de 40-40-20.

Outra proposta aprovada nos GTs foi a positivação do direito à comunicação na Constituição Federal.

Veja algumas das propostas aprovadas:

– Divisão do espectro radioelétrico obedecendo a proporção de 40% para o sistema público, 40% para o sistema privado e 20% para o sistema estatal.

– Reconhecimento do direito humano à comunicação como direito fundamental na Constituição Federal.

– Criação do Conselho Nacional de Comunicação, bem como dos conselhos estaduais, distrital e municipais, que funcionem com instâncias de formulação, deliberação e monitoramento de políticas de comunicações no país. Conselhos serão formados com garantia de ampla participação de todos os setores.

– Instalação de ouvidorias e serviços de atendimento ao cidadão por todos os concessionários.

– Incentivo à criação e manutenção de observatórios de mídia dentro das universidades públicas.

– Criação de fundo público para financiamento da produção independente, educacional e cultural.

– Definição de produção independente: é aquela produzida por micro e pequenas empresas, ONGs e outras entidades sem fins lucrativos.

– Garantia de neutralidade das redes.

– Estabelecimento de um marco civil da internet.

– Fundo de apoio às rádios comunitárias.

– Criminalização do “jabá”.

– Isenção das rádios comunitárias de pagamento de direitos autorais.

– Produção financiada com dinheiro público não poderá cobrar direitos autorais para exibição em escolas, fóruns e veículos da sociedade civil não-empresarial.

– Criação de um operador de rede digital para as emissoras públicas gerido pela EBC.

– Estabelecer mecanismos de gestão da EBC que contem com uma participação maior da sociedade.

– Limite para a participação das empresas no mercado publicitário: uma empresa só poderá ter até 50% das verbas de publicidade privada e pública.

– Proibição da publicidade dirigida a menores de 12 anos.

– Desburocratização dos processos de autorização para rádios comunitárias.

– Que a Empresa Brasileira de Correios ofereça tarifas diferenciadas para pequenas empresas de comunicação.

– Criar mecanismos menos onerosos para verificação de circulação e audiência de veículos de comunicação.

– Garantir emissoras públicas que estão na TV por assinatura em canais abertos.

– Criar mecanismos para a interatividade plena na TV digital.

– Fim dos pacotes fechados na TV por assinatura.

– Manutenção de cota de telas para filmes nacionais.

– Adoção de critérios de mídia técnica para a divisão da publicidade governamental nas três esferas.

– Promover campanha nos canais de rádio e TV, em horários nobres, divulgando documentos sobre direitos humanos.

– Inclusão digital como política pública de Estado, que garanta acesso universal.

– Buscar a volta da exigência do diploma para exercício de jornalismo.

– Garantir ações afirmativas nas empresas de comunicação.

Criação de Observatório de Mídia da Igualdade Racial.

– Na renovação das concessões, considerar as questões raciais.

– Centro de pesquisa multidisciplinar sobre as questões da infância na mídia.

– Criação do Instituto de Estudos e Pesquisa de Comunicação Pública com ênfase no incentivo à pesquisa.

– Aperfeiçoar as regras da classificação indicativa.

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