Greenpeace alerta para o peso da tecnologia sobre a poluição do planeta
A”nuvem de dados” que está se tornando o coração da internet cria uma nuvem muito real de poluição, afirma um relatório do Greenpeace divulgado semana passada. Uma nova instalação do Facebook, por exemplo, utilizará energia de um gerador movido a carvão, enquanto a Apple está construindo nos EUA uma central de armazenamento de dados que tem eletricidade gerada por carvão.
“A última coisa de que precisamos é de mais infraestrutura em nuvem construída em locais onde isso represente alta na demanda por energia suja acionada a carvão”, conclui o relatório do Greenpeace, cujo argumento é o de que as empresas da Web deveriam ser mais cuidadosas quanto aos locais em que constroem suas centrais de dados.
O crescente volume de filmes domésticos, fotos e dados corporativos superou a capacidade dos computadores pessoais e mesmo das centrais médias de processamento de dados empresariais, o que estimula a criação de imensas centrais de servidores equipadas com dezenas de milhares de máquinas especializadas, que formam a chamada “nuvem computacional”. Daí o perigo.
O relatório surge em meio a um novo debate americano sobre criar ou não medidas que reduzam o uso de combustíveis com teor pesado de carbono.
Apple, Facebook, Microsoft, Yahoo e Google operam ao menos algumas unidades para as quais é necessário uso intensivo de energia gerada pela queima de carvão, informa o Greenpeace.
As empresas se recusaram a oferecer detalhes sobre suas centrais de processamento de dados, mas todas elas disseram que levam em conta as questões ambientais em suas decisões de negócios. A maioria também declarou estar promovendo medidas agressivas de eficiência energética.
Se consideradas como um país, centros de processamento de dados e telecomunicações globais ficariam em quinto lugar em consumo de energia no mundo em 2007, atrás de Estados Unidos, China, Rússia e Japão, ainda de acordo com o relatório do Greenpeace.
O grupo baseou suas descobertas em uma série de dados, incluindo estudo americano de 2005 e uma pesquisa de 2008 realizada por Climate Group and the Global e-Sustainability Initiative, que o Greenpeace atualizou em parte com informações da Agência de Proteção Ambiental dos EUA.