Dados abertos: quem pagará o custo pela guarda e o uso das informações?
Se dados são o novo petróleo, o principal detentor de informações sobre qualquer sociedade, o governo, deve saber gerir e oferecê-los – defende o maior gestor de dados de caráter social na administração federal, o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção.
“Dados geográficos e sociais, dados de registro civil, dados biométricos são o arcabouço básico de uma sociedade hoje. Evoluir no século 21 sem ter essas coisas estruturadas e disponíveis para a sociedade me parece cada vez mais impossível. Mas ninguém, nenhum país está preparado para isso’, diz Assumpção.
Essa preparação passa pela organização – e o próprio conhecimento – dos dados já existentes, como os cadastros de emprego e previdência, no caso específico da Dataprev, onde a indexação da base já começou. Quando tal organização estiver pronta e os dados do governo em geral acessíveis, vem o passo seguinte: quem sustenta os custos dessa oferta.
“A Inglaterra, que é o país mais adiantado nesse tema, encontrou custos extraordinários e está fazendo neste momento a discussão de quem paga. Aqui também já sabemos que essas coisas têm custo e alguém vai pagar”, emenda o presidente da estatal. Como lembra Assumpção, tanto pode ser o governo, pelos impostos, ou a cobrança pelo uso.
Luiz Queiroz e Luís Osvaldo Grossmann, Quinta-feira, 09 de Julho de 2015