Telebras tem prejuízo de R$ 270,8 milhões em 2016
Operadora registrou aumento de custos. Mas aposta que satélite e cabo submarino poderão trazer novas receitas no futuro próximo.
A Telebras divulgou hoje, 13, o balanço financeiro de 2016. Nele, registra prejuízo de R$ 270,8 milhões. O número negativo esconde, no entanto, um crescimento de 35,2% na receita com serviços de comunicação multimídia, em relação a 2015. Em 2016, essa rubrica faturou R$ 74,48 milhões. A receita bruta foi de R$ 81,48 milhões, 29,7% maior.
Os gastos operacionais da estatal, no entanto, saltaram de R$ 165,44 milhões para R$ 195,18 milhões (+18%), graças a aumento dos custos principalmente com pessoal, terceirizados e locações. O resultado financeiro também foi negativo, em R$ 76,8 milhões. Somados, ambos os fatores explicam o prejuízo. O EBITDA também não apresentou melhora. Ficou negativo em R$ 144,6 milhões, uma piora de 40,6% em relação a 2015.
O balanço mostra que a Telebras apertou o cinto no ano passado. Entre repasses das União e receitas próprias, juntou R$ 655,5 milhões em recursos. Gastou, no entanto, 41,8% disso, ou R$ 336 milhões. O corte no orçamento aconteceu em praticamente todos os âmbitos. O gasto com PNBL, por exemplo, foi 54,1% do previsto. O gasto com o satélite (SGDC) foi de 39,3% do previsto. Do investimento aprovado para a estatal em 2016, de R$ 803,6 milhões, apenas R$ 319,5 milhões (39,8%) foi realizado.
Negócios
A empresa diz no relatório que pretende aproveitar a entrada em operação de novas infraestruturas para multiplicar a capacidade de gerar receita. Ressalta que com o satélite (SGDC), passará a cobrir todo o Brasil. Para aproveitar a oportunidade, reformulou as equipe comercial e de marketing, que foram unificadas. Segundo a empresa, essa união vai ajudar a desenvolver novos produtos e serviços de valos agregado, a rever políticas de preço e reposicionar a marca.
A tele diz, ainda, que ampliou a rede usada no atendimento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), inaugurando quatro trechos no ano passado, cortando os estados de Paraná, Mato Grosso dos Sul, Amapá e Rondônia. A rede atingiu 22.480 km de extensão, somando-se os trechos de backbone alugados.
Também a construção do cabo submarino Brasil-Europa avançou. Projeto iniciado em 2011, terá 9,3 mil km de extensão e ligarão Praia Grande (SP) a Sines (Portugal). A Telebras afirma que estuda acrescentar uma ramificação do cabo para Fortaleza (CE), o que acrescentaria mais 600 Km à estrutura. Afirma, ainda, que já está em fase avançada de contratação do fornecedor, que deve ser anunciado entre março e junho deste ano. Mas não traz previsão para entrada em operação.
Rafael Bucco, Telesintese, 13 de março de 2017