Netflix aumenta a receita mas desacelera crescimento da base no primeiro trimestre
A Netflix registrou aumento de 34,7% nas receitas no primeiro trimestre de 2017 quando comparado ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 2,637 bilhões, segundo balanço financeiro da empresa divulgado nesta segunda-feira, 17. A companhia estima que o segundo trimestre deverá ter um aumento menor, de 30,9%, acumulando um total de US$ 2,755 bilhões nos três meses.
A maior parte da receita é gerada por streaming (a empresa ainda conta com negócio de aluguel de DVDs e Blu-rays nos Estados Unidos). Considerando somente streaming, o total foi de US$ 2,516 bilhões, avanço de 38,8%. O previsto para o trimestre seguinte é de US$ 2,640 bilhões, aumento de 34,3%
O lucro operacional gerou US$ 257 milhões no começo deste ano, um avanço de 9,7%. O lucro líquido registrado foi de US$ 178 milhões, contra US$ 28 milhões em 2016. E a previsão é de US$ 66 milhões no segundo trimestre.
Por outro lado, a empresa adicionou menos acessos no primeiro trimestre (4,95 milhões, contra 6,74 milhões), mas espera mais crescimento conforme a disponibilidade de conteúdos como a 5ª temporada da série House of Cards. Para o primeiro semestre inteiro, a Netflix espera 8,15 milhões de adições líquidas (contra 8,42 milhões em 2016 em igual período). A companhia fechou o primeiro trimestre com 94,36 milhões de acessos pagos (aumento de 21,43% no comparativo anual) e 98,75 milhões de acessos no total (avanço de 21,17%).
“Tivemos alta satisfação com o rápido crescimento na América Latina, Europa e América do Norte. Estamos fazendo grandes avanços para melhorar a oferta de conteúdo para combinar com os gostos locais na Ásia, Oriente Médio e África, mas temos muito progresso para fazer, como fizemos na América Latina há alguns anos”, destaca a empresa em comunicado. A Netflix ressalta ainda que está visualizando uma “pequena mas constante” migração para o streaming de planos familiares e de vídeos em Ultra HD (4K), que são os de maior receita média por usuário (ARPU).
Investida no cinema
Em termos de conteúdo, a companhia over-the-top destaca os lançamentos das séries do Punho de Ferro (da Marvel) e do drama 13 Reasons Why, que registrou picos de interesse mais alto do que outros sucessos do serviço, como Stranger Things e Luke Cage.
A Netflix também pretende nova abordagem no mercado de filmes, contratando o produtor de cinema e ex-vice-chairman da Universal Pictures Scott Stuber para liderar a área de filmes originais da plataforma. “Uma vez que nossos membros são quem financia esses filmes, eles deveriam ser os primeiros a vê-los”, afirma o comunicado. “Mas estamos abertos a apoiar grandes cadeias de sala de cinema, como AMC e Regal nos Estados Unidos, se eles quiserem oferecer nossos filmes, como o futuro Bright, de Will Smith, de maneira simultânea com a Netflix. Deixemos os consumidores escolherem.”
Mobile Time, 17 de abril de 2017