Escolas de sombra e papelão
Em 2013 as escolas públicas estaduais do Maranhão, segundo dados do Enem, estavam entre as piores do país. A pior escola estadual era o Centro de Ensino Aluízio Azevedo, que tinha a nota mais baixa de todo o Brasil. Os alunos estudavam debaixo de árvores e até em escolas feitas com papelão.
A partir de 2014 foi implantado o Programa Escola Digna. Novas escolas foram construídas e reformadas as já existentes. Desde março de 2018 os professores recebem um dos maiores pisos do país, R$ 5.750,00.
Esse é apenas um exemplo de que uma política pública implementada com seriedade pode resultar em ganhos sociais importantíssimos para toda a sociedade.
Agora imagine combinar um projeto de educação pública com a banda larga? Isso é possível, já que é obrigação das concessionárias de telecomunicações levar banda larga às escolas urbanas até 2025, gratuitamente. Ocorre que, se o PLC 79 for aprovado, essa obrigação acaba. Oi, Vivo e Claro não precisarão mais implantar a banda larga nas escolas.
Mas, as operadoras não querem apenas isso. Querem impedir que a Telebrás leve banda larga às escolas rurais.
Banda larga não é apenas um serviço. Não se trata apenas de infraestrutura. A discussão é como levar a banda larga para todos, universalizar. Com ela podemos potencializar projetos na área da educação, da saúde, da segurança pública.
Fica evidente que um bem como esse, de natureza essencial, não pode estar à mercê, única e exclusivamente, dos interesses do mercado. Por isso, defendemos que a banda larga esteja, também, em regime público.
Assim sendo, vamos todos cobrar dos candidatos a deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e à presidência um compromisso formal com escolas públicas de qualidade, com professores bem remunerados e uma banda larga que fomente os estudos.
As escolas de sombra e de papelão têm que ficar no passado. Não só no Maranhão, como em todo o país.
Instituto Telecom, Terça-feira, 14 de agosto de 2018