Todo mundo odeia a Oi
Mas, todos querem levar vantagem com ela. Até agora só quem perde são os trabalhadores da empresa e a sociedade civil.
Vamos aos fatos:
1) Em 1998, para concorrer ao leilão da chamada Tele Norte Leste, foi montado um grupo com o objetivo específico de NÃO vencer. O resultado dessa engenharia foi que a Tele Norte Leste, depois chamada de Telemar, foi comprada com um ágio de apenas 1% sobre o valor mínimo, estipulado em R$ 3,4 bilhões – o menor ágio entre todas as 12 teles leiloadas.
2) Em 2008, a Oi comprou a Brasil Telecom, apesar de não ter um centavo para investimentos mais arrojados.
3) Em 2010, a parceria com a Portugal Telecom fracassou. O presidente da Oi, na época, teve que sair de fininho do Brasil.
4) Em 2015, por não ter dinheiro, a Oi ficou fora do leilão da frequência de 700 MHZ, comprada por outras grandes operadoras.
5) Em 2016, tudo isso levou a uma dívida de R$ 65 bilhões, quando a empresa entrou em recuperação judicial.
6) Em 2018, houve a mágica – boa parte da dívida converteu-se em participação acionária de grandes grupos especuladores americanos (GoldenTree Asset Management , York Global Finance Fund e Solus Alternative Asset Management) que, agora, querem recuperar suas aplicações rapidamente.
7) Em 2019, o governo americano cobrou do governo brasileiro mudanças na Lei da TV por assinatura, garantindo assim que a dona da Sky, AT&T, possa atuar no mercado de TV paga no Brasil. Cobrou e conseguiu a aprovação do PLC 79/16, que doa R$ 120 bilhões em bens reversíveis para as operadoras, principalmente para a Oi. Leia-se, para o bolso dos grupos especuladores donos da Oi.
Esta é a situação da Oi. A maior empresa do país pode ser esquartejada para responder aos interesses do capital norte americano. Ganham os especuladores na Bolsa de Valores, pois ocorre um sobe e desce desenfreado das ações da Oi.
A empresa que poderia ser a grande referência para inclusão digital no país, serve, hoje, apenas a interesses sórdidos. Resta aos trabalhadores da Oi e à sociedade civil lutarem para preservar esse patrimônio histórico e fundamental para as telecomunicações do país.
Instituto Telecom, Terça-feira, 22 de outubro de 201905