Oi triplica prejuízo e admite vender operação móvel
Com dois meses de atraso, a Oi informou nesta segunda, 2/12, que o terceiro trimestre deste 2019 terminou com prejuízo de R$ 5,74 bilhões, mais de três vezes superior às perdas de R$ 1,33 bilhão há um ano. No trimestre, houve queda nas receitas (-8,8%) e no número de assinantes (-6,2%).
A receita líquida atingiu R$ 5 bilhões, queda de 1,8% na comparação trimestral. A dívida líquida da companhia encerrou setembro em R$ 14,71 bilhões, alta de 17% na comparação trimestral e de 34,1% no ano. Mas os investimentos, centrados na fibra, de R$ 2 bilhões entre julho e setembro, cresceram 35% sobre o mesmo período de 2018.
Ao apresentar os resultados, a direção da companhia apontou que o desempenho negativo está ligado aos serviços ‘legados’, baseados em cobre, mas que há sinais favoráveis nos “serviços não regulados” e no desempenho da oferta de conexões por fibra – que encerrou o trimestre com 3,6 milhões de casas passadas e uma taxa de ocupação de 12%.
Além de reforçar os planos para a venda de ativos no curto prazo, notadamente a participação na Unitel e parte dos 8 mil imóveis, a empresa admitiu que faz as contas para valorar a operação móvel, na qual detém cerca de 16% do mercado brasileiro.
“Estamos trabalhando com nossos consultores financeiros para entender o valor real do negócio de mobilidade, mas esse valor já foi reconhecido e poder gerar valor para o acionista no futuro. Se houver condição para consolidação haverá interesse”, afirmou o diretor de operações da Oi, Rodrigo Abreu. Ele completou, no entanto, que “não há negociação ou diálogo nesse sentido acontecendo”.
Ainda de acordo com o executivo, as mudanças no marco legal do setor devem levar de 12 a 18 meses para serem regulamentadas. “Não esperamos grande impacto da nova lei no curto prazo, a não ser para a venda dos imóveis”, completou. Apesar do momento financeiro, Rodrigo Abreu assegurou que a Oi tem interesse em comprar frequências do leilão 5G ainda a ser marcado pela Anatel e que o mercado já especula ter sido adiado para 2021.
Luís Osvaldo Grossmann, Convergência Digital, 2 de dezembro de 2019