História do Instituto Telecom

dez 7, 2009 by

Da Fundação do INTEL à Constituição do Instituto Telecom

No início dos anos 90, com a vitória de Fernando Collor de Mello à Presidência da República, o debate sobre a privatização de setores da economia ganhou força no país. Nos sindicatos, especialmente naqueles que representavam empregados das estatais, iniciava-se também uma ampla mobilização contra a privatização das empresas e em defesa do patrimônio nacional.

Representante dos empregados da Telerj e da Embratel, o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Rio de Janeiro, o Sinttel-Rio, não só colocou esse debate no ponto central de suas preocupações, como foi além. Deu início à discussão da criação de uma entidade autônoma, com uma direção independente da estrutura sindical, cujos objetivos eram promover estudos e apresentar propostas acerca do futuro das telecomunicações. Nascia, assim, em 1993, o Instituto de Telecomunicações do Rio de Janeiro, Intel. Para compor a sua direção foram convidados dirigentes do Sinttel-Rio e personalidades do mundo acadêmico e científico, como o físico Luis Pinguelli Rosa.

Já na sua origem, o Intel se propunha a levantar dados sobre o setor de telecomunicações a partir de estudos e pesquisas sobre temas como teledensidade (relação aparelhos x número de usuários), desenvolvimento tecnológico nacional, o papel do Centro de Pesquisas da Telebrás (CPqD).

Vivia-se um momento de transição, com o setor de telecomunicações passando por profundas transformações resultantes do avanço das novas tecnologias. Setores até então considerados especializados deixavam de sê-lo e a necessidade de promover uma requalificação profissional tornava-se cada vez mais evidente. É nesse cenário que a direção do Sinttel-Rio decide adquirir o Colégio Graham Bell, instituição de ensino médio profissionalizante, que passaria a ser administrada pelo Intel.

Para a direção do Colégio foi escolhida uma dirigente sindical, Dora Barbieri, que contou com o apoio decisivo de uma equipe multidisciplinar de professores vindos de importantes instituições de ensino públicas e privadas disposta a desenvolver uma nova proposta pedagógica de ensino profissionalizante.

Em 1999, o Intel firma uma parceria com a Secretaria Estadual de Trabalho o que permitiu o oferecimento de cursos de formação e qualificação profissional, beneficiando centenas de trabalhadores das empresas de telecomunicações que, embora atuassem na prática, não tinham capacitação acadêmica adequada.

Ao longo desses quase 20 anos, o Colégio Graham Bell formou quase mil técnicos em telecomunicações e eletrônica, com um currículo que privilegia, além da técnica, o debate sobre os grandes temas nacionais, a formação filosófica, a história do movimento sindical.  Hoje os cursos de nível médio com especialização em informática, eletrônica e telecomunicações atendem adolescentes de toda a região metropolitana do Rio de Janeiro.

Por outro lado, a crise que se abateu sobre o movimento sindical a partir do final dos anos 90, e se agravou nos primeiros anos do novo século, teve conseqüências sobre a ação do Intel, que restringiu sua ação basicamente ao acompanhamento das atividades do Colégio Graham Bell.

Em 2007, a partir da proposta de implementação e manutenção de dez telecentros em comunidades populares da região metropolitana do Rio, com recursos do Orçamento da União, o Intel elege uma nova direção e inicia um processo de reestruturação, recuperando a idéia original de se transformar num grande centro de estudos e debates e ocupar o papel de referência nacional sobre o setor de telecomunicações.

Em 2009 a atual diretoria inicia um trabalho de planejamento estratégico, buscando dar mais foco e profissionalização ao seu redirecionamento de constituir um centro de estudos e pesquisas em telecomunicações. Começa a estruturar um portal na internet, um seminário de políticas públicas e uma revista voltada para os objetivos do Instituto de Telecomunicações do Rio de Janeiro, que também adota outro nome fantasia, passando a se chamar Instituto Telecom.

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