Baile de Favela digital
Rebeca Andrade representa a esperança. Esperança de que teremos, sim, dias melhores no Brasil. Um país que, como afirma a jornalista Flávia Oliveira, destaque “a necessidade de falar sobre a objetificação e sexualização da mulher preta, dos altos índices de feminicídio que atingem muito mais as mulheres pretas e periféricas, da falta de representatividade nos poderes, sobre as declarações racistas feitas por autoridades”.
Um país que lute contra as enormes desigualdades sociais em que estamos inseridos, responsabilidade de uma elite econômica financeira que sempre esteve de costas para as demandas da maioria da população brasileira.
Prova dessa desigualdade extrema, o rendimento médio mensal do 1% da população mais rica do país, segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD), é 33,8 vezes maior do que a renda média mensal dos 50% mais pobres. Trata-se de uma elite sem nenhum compromisso com o desenvolvimento do Brasil.
Essa mesma elite que apoiou um projeto excludente ao invés de se colocar ao lado dos que defendem a inclusão social, a universalização da educação e da saúde de qualidade.
No caso da banda larga a situação é trágica. O modelo implantado em 1998, com a privatização do setor das telecomunicações, concentrou nas mãos de espanhóis, italianos, mexicanos e em grupos de especuladores norte-americanos essa área estratégica.
Pior. Toda vez que existe uma possibilidade de reduzir a desigualdade, o atual governo federal dá a sua contribuição no sentido contrário. É o caso da Lei 14.172/21, que prevê um volume de recursos “nunca antes mobilizados por nenhuma outra política de telecomunicações voltada para educação no Brasil”, de acordo com o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor).
Instituto Telecom, Terça-feira, 3 de agosto de 2021