IBM e Logicalis se unem por OpenRAN e protagonismo no 5G no Brasil
O desembarque do 5G no Brasil está provocando uma ebulição no mercado de prestação de serviços de tecnologia, principalmente, porque o software passa a ser a grande estrela dos negócios. A IBM, por exemplo, decidiu marcar presença e quer se posicionar como a orquestradora e responsável pelo gerenciamento das redes virtuais 5G através de parcerias.
Tudo a partir da tecnologia Open Source e a aposta no OpenRAN. “Nós compramos a Red Hat e já estávamos migrando nosso portfólio de software para o mundo open. As teles já usam IBM para gestão OSS. Agora queremos ir além com o 5G”, afirmou ao Convergência Digital, o VP Cloud and Data Plattform da IBM América Latina, Joaquim Campos.
A estratégia para ampliar a presença no mercado 5G no Brasil passa por parcerias como a recém-fechada com a Logicalis para a região. “Vamos ser orquestradores e sempre apostar em parcerias”, afirmou Campos. Fica transparente que a IBM joga suas fichas na adoção do OpenRAN. “Múltiplos fornecedores e tecnologia aberta são o caminho”, reforça.
O VP da IBM adianta que o 5G prova que é impossível trabalhar com apenas um ambiente de nuvem. E a IBM quer ser a provedora de capacidade de gestão e resiliência. “5G, Edge computing e nuvem são 100% nossa estratégia para crescer mais no Brasil e na América Latina. O 5G vai mudar a forma de fazer aplicação e de fazer negócio”, adicionou.
Para o CEO da Logicalis América Latina, Rodrigo Parreira, o OpenRAN permitirá às teles uma atuação mais agnósticas e haverá um ciclo normal de transição de tecnologias. “Com o 5G, muda tudo na arquitetura da infraestrutura das operadoras. Até então, toda a rede tinha de ser dimensionada pelo pico de demanda. Agora com o 5G, a flexibilização é real”, afirma o executivo.
Segundo ele, a nuvem tem um grande apelo para o 5G. “É o edge computing que viabiliza a Internet das Coisas. Ele dá eficiência e oferta de tempo real até então indisponível”, adiciona. Parreira observa que o mercado nacional vai se transformar com o 5G. As teles terão mais opções no B2B, onde as teles sempre tiveram dificuldade. Mas o 5G permite a construção de novas aplicações de negócios. “É a grande chance de as teles, de fato, entrarem na disputa pelo atendimento ao B2B. Os modelos serão diferentes e exigirão muito dinamismo das operadoras”, reforça.
Parceria
A parceria entre IBM e a Logicalis permitirá a orquestração e o gerenciamento de redes virtuais 5G em uma única estrutura que pode ser usada em qualquer tipo de nuvem, seja ela externa ou local. Com essa colaboração, os provedores de serviços de Internet e comunicações poderão adotar uma abordagem de nuvem híbrida e fornecer aos clientes acesso a soluções da IBM de software de rede e automação baseadas em IA, como o IBM Cloud Pak for Watson AIOps, o IBM SevOne Network Performance Management e o IBM Cloud Pak for Network Automation, facilitando a automação, a orquestração e o desempenho de redes para impulsionar o crescimento e melhorar a eficiência e a experiência do cliente. Hoje, 91% dos provedores de serviços de comunicações (CSPs) de alto desempenho esperam superar suas expectativas financeiras atuais nos próximos cinco anos devido ao uso da computação de borda ativada para 5G.
A Logicalis integrará as soluções como parte de sua oferta de diversos fornecedores nos provedores de serviços de toda a América Latina. A estrutura modular criada pela Logicalis considera as diferentes demandas, arquiteturas e etapas de cada empresa na jornada de adoção do 5G.
Com essa abordagem, os provedores de serviços de Internet e comunicações podem simplificar o gerenciamento de sua infraestrutura de TI e rede, e gerenciar o desempenho e suas cargas de trabalho críticas, seja no local ou entre nuvens diferentes, com um ambiente de nuvem híbrida aberta, para aproveitar os benefícios do 5G e da computação de borda.
Ana Paula Lobo, Convergência Digital, 28 de março de 2022