Brasil tem 13 milhões de pessoas em zonas rurais sem conectividade, indica estudo
No Brasil, 13 milhões de pessoas em zonas rurais não têm conectividade, segundo levantamento realizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com o Banco Mundial, a Bayer, o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), a Microsoft e a Syngenta. De acordo com os dados coletados entre 2020 e 2022, nos 26 países da América Latina, essa quantia sobe para 72 milhões de pessoas. O relatório pode ser baixado clicando aqui.
Segundo afirmou a IICA nesta segunda-feira, 8, a conectividade significativa em áreas urbanas no Brasil é “uma vez e meia mais abrangente do que nas zonas rurais”, o que seria “um pouco menor” do que outros países do levantamento. “Enquanto nas zonas urbanas do Brasil o índice de Conectividade Urbana é 0.821, o Índice de Conectividade Rural é 0.542. Na América Latina e Caribe, o Índice de Conectividade Urbana médio é 0.794, e o Rural, 0.434.”
O Instituto afirma que 79% da população urbana dos países analisados contam com serviços de conectividade significativa, enquanto entre as populações rurais, a porcentagem é de 43,4%, o que indica uma diferença de 36 pontos percentuais. O Brasil está no grupo de países com maiores índices. Confira na tabela abaixo.
No índice de conectividade significativa rural (ICSR), o Brasil foi o que apresentou maior uso diário de Internet (com crescimento de 17 pontos percentuais comparado a 2017), embora tenha menos uso de smartphones e computadores do que Costa Rica. A proporção de banda larga fixa e 4G também é menor.
O levantamento conclui que há “necessidade de abordar simultaneamente a lacuna de acesso e de aproveitamento de novas tecnologias”. E que para superar as lacunas de conectividade e habilidades digitais, é preciso “concomitância de políticas públicas, a participação do setor privado e a cooperação internacional para resolver o estado de situação atual”. Ressalta ainda que essas lacunas não são resolvidas de forma definitiva devido às mudanças constantes do ecossistema digital e pelas transformações tecnológicas.
“Superar a diferença de conectividade e de habilidades digitais na ruralidade requer a concordância de políticas públicas, a participação do setor privado e a cooperação internacional. Os países da região, embora estejam encarando ações em termos de atualização de estruturas regulatórias e desenvolvimento de agendas e políticas digitais, ainda não conseguiram implementar soluções em grande escala e apresentam requisitos significativos em termos de investimentos em infraestrutura”, destacou em comunicado a pesquisadora do IICA Sandra Ziegler, que liderou o levantamento.
Bruno do Amaral, Teletime, 8 de maio de 2023