Lula diz em reunião que Telebrás vai oferecer banda larga barata
O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), a ser anunciado ainda este mês pelo governo, deve mesmo ser gerido pela Telebrás, que será reativada com nova missão, de levar o acesso aonde ainda não chega ou onde já existe o serviço, mas com o preço muito alto. A informação foi confirmada hoje pelo coordenador do programa Software Livre Brasil, Marcelo Branco, que participou ontem da reunião entre representantes de entidades da sociedade civil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Branco usou sua página no Twitter para divulgar o teor da reunião, com autorização do presidente, e transcreve “quase literalmente “ as frases de Lula. Em uma delas, o presidente teria dito que “queremos fazer a Telebrás voltar a funcionar “ e que “não queremos criar uma empresa estatal por criar, queremos uma empresa que ajude os brasileiros a ter uma banda larga mais barata”. Mais adiante, o presidente teria afirmado que a criação do Plano de Banda Larga deve ser decidida ainda neste mês e que a criação de uma empresa pública de Telecom significa recuperar a capacidade do governo “de saber gerir esse importante setor”.
Hoje, Branco disse que o governo ainda pretende conversar com operadoras e lan houses antes de fechar o plano. A decisão deverá ser anunciada na reunião prevista para a próxima quarta-feira (10). Segundo ele, os investimentos previstos podem chegar a R$ 15 bilhões até 2014, a depender do cenário escolhido. “O plano pode ficar mais barato se as operadoras privadas entrarem no circuito”, disse. A meta é chegar a 2014 com 20 milhões a mais de acessos domiciliares em 4.238 municípios, usando tecnologias fixa e móvel.
Segundo Branco, a nova Telebrás, que usará a rede da Eletronet, terá como objetivos estimular a competição e ajudar na regulação do mercado, elaboração de plano de tarifas de forma a forçar a redução em até 70% dos preços cobrados pelas operadoras privadas. Ele disse que a reativação da estatal não impedirá a realização de convênios com estados e municípios que estão construindo redes próprias. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que também participou da reunião de ontem, postou no seu Twitter: “Presidente Lula disse que havendo disposição, faremos parcerias com estados, municípios, ONGs, empresas. Não havendo, governo fará solo”.
Marcelo Branco disse que o plano apresentado ontem foi visto com “bons olhos” pelos representantes das entidades da sociedade civil. Ele reiterou a disposição do governo em negociar com outros setores da sociedade, inclusive com os representantes das grandes operadoras. “O governo não quer criar uma estrutura pública para usar contra a estrutura privada existente, mas sim de forma complementar”, disse.
Branco confirmou ainda que o PNBL será tocado pelo Comitê Gestor de Inclusão Digital, ligado à Presidência da República, comandado pelo assessor especial Cezar Alvarez.