Para governo, estatal de banda larga terá papel regulador do mercado

fev 6, 2010 by

Abreo olho BrasilPrincipal responsável pela condução do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez, defendeu um papel mais ativo do Estado na oferta de Internet em alta velocidade, atuando como um “regulador de mercado” no equilíbrio dos preços dos produtos ofertados pelas empresas privadas. “Esse modelo será um instrumento regulatório no atacado e, eventualmente, no varejo”, afirmou Alvarez durante o seminário Políticas de (Tele)comunicações, realizado pela revista TELETIME e pelo CECOM/UnB nesta quinta, 4, em Brasília.

Três eixos compõem a proposta em gestação no governo, segundo o assessor especial da Presidência. O primeiro caminho, mais tradicional, envolve políticas de financiamento do serviço e de desoneração tributária, focando não só na prestação, mas também em uma política industrial para o setor. O governo estuda, inclusive, a possibilidade de subsídios diretos à população, caso seja necessário, e também a volta do subsídio cruzado como forma de baratear os serviços de acesso à Internet. Outro caminho, classificado pelo assessor como “menos comum”, é o da separação estrutural entre as redes de telecomunicações e as prestadoras de serviço, onde o maior exemplo no mundo é o modelo usado pela British Telecom. Por fim, há o eixo que visa a gestão das redes de fibra ótica criadas a partir dos investimentos feitos pelas estatais do setor energético, como Eletrobrás e Petrobras. “Elas têm um belíssimo backbone”, afirmou Alvarez sobre a rede elétrica que atinge mais de 4 mil municípios. “E é esse o ponto que temos que discutir: como isso (a rede das elétricas) será comercializado.”

Segundo o responsável pelo PNBL, o caminho que o governo seguirá é um “misto” dessas três alternativas. O alvo da política de banda larga é atingir as classes C e D, que hoje estão fora do acesso à Internet em alta velocidade. O principal motivo desse hiato digital ainda seria o preço, segundo Alvarez. E, pelas análises feitas pelo governo, há uma diferença perceptível de preço quando há baixa concorrência na região. Se há dois competidores, o preço cai para 70% do valor cobrado em uma área onde há monopólio na oferta de banda larga. Com um terceiro competidor, os valores médios caem para 50%. “É preciso que o nosso jovem brasileiro não precise depender do lugar onde nasceu para ter acesso ao desenvolvimento tecnológico”, afirmou Alvarez.

Artigos relacionados

Tags

Compartilhe

Comente

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *