Fórum Urbano Mundial discutirá futuro das médias e grandes cidades
Para enfrentar o desafio de reverter essa tendência e encontrar soluções sustentáveis para as grandes cidades, a ONU criou em 2002 o Fórum Urbano Mundial, que terá sua quinta edição entre os dias 22 e 26 de março no Rio de Janeiro. Com a expectativa de reunir um público de 15 mil participantes de diversos países, esta será a primeira vez que o evento acontecerá em um país da América Latina. O tema da quinta edição do Fórum Urbano Mundial será “O direito à cidade: unindo o urbano dividido”.RIO DE JANEIRO – O fim da primeira década do século XXI se aproxima sob o signo da concentração urbana. Segundo a ONU, pouco mais da metade da humanidade está hoje concentrada em médias e grandes cidades e estima-se que, nos próximos 50 anos, esta quantidade chegará a dois terços, o que poderá agravar nas principais metrópoles problemas relativos a transportes, mobilidade urbana, falta de saneamento básico e degradação do meio ambiente, entre outros. Atualmente, de acordo com a ONU, cerca de um bilhão de pessoas vivem em condições consideradas precárias nas principais cidades do mundo, e a tendência é esse número aumentar nas próximas décadas.
Para enfrentar o desafio de reverter essa tendência e encontrar soluções sustentáveis para as grandes cidades, a ONU criou em 2002 o Fórum Urbano Mundial, que terá sua quinta edição entre os dias 22 e 26 de março no Rio de Janeiro. Com a expectativa de reunir um público de 15 mil participantes de diversos países, esta será a primeira vez que o evento acontecerá em um país da América Latina. As edições anteriores foram realizadas em Nairobi (Quênia, 2002), Barcelona (Espanha, 2004), Vancouver (Canadá, 2006) e Nanjing (China, 2008).
O anúncio oficial do V Fórum Urbano Mundial foi feito na segunda-feira (8) pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes, durante coletiva de imprensa realizada no Píer Mauá, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, local onde o fórum será realizado. Fortes ressaltou a importância de trazer o evento para o Brasil e, em particular, para a cidade: “Nós temos aqui no Rio um laboratório muito importante, que são as obras do PAC, numa quantidade imensa e nas formas mais variadas possíveis”, disse.
O ministro ressaltou a importância do Conselho das Cidades e da participação de diversos setores da sociedade brasileira na elaboração das políticas de desenvolvimento urbano: “O que antes era um sonho está se transformando em uma certeza de futuro, já que o PAC tem garantido a execução das obras. Agora existe mais confiança porque as pessoas sabem que existem recursos definidos e não-contingenciados para a execução das obras”, disse Fortes.
O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, citou a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 e da final da Copa do Mundo de 2014, entre outros eventos, como “exemplos da força do Rio”, e disse que o V Fórum Urbano Mundial se enquadra nessa agenda positiva: “Poucos eventos têm uma representatividade tão grande quanto este fórum, pois receberemos participantes de 160 países para discutir tópicos essenciais para todas as cidades. O Rio estará no auge das obras do PAC, tanto em termos de saneamento quanto de urbanização de favelas, e poderemos mostrar essas experiências extraordinárias”, disse Pezão.
“Nova realidade urbana”
Nas palavras de boas-vindas encaminhadas por escrito aos participantes do V Fórum Urbano Mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifesta a preocupação de seu governo “em garantir a distribuição universal da riqueza, dos serviços e das oportunidades” no espaço urbano. Lula também aponta o “espírito de transformação social e de construção de uma nova realidade urbana” como motores do evento que o Brasil receberá.
O tema da quinta edição do Fórum Urbano Mundial será “O direito à cidade: unindo o urbano dividido”. O evento será composto por seis diálogos (palestras com especialistas), doze mesas-redondas (com a participação de autoridades públicas e parlamentares) e 108 eventos em rede. Para a diretora do Programa Habitat da ONU na América Latina, Cecília Martinez, a questão da sustentabilidade urbana “é uma das mais urgentes enfrentadas pela humanidade”. Ela diz esperar uma grande participação internacional no Rio: “É o evento mais importante para se a discutir a gestão dos problemas e a busca de soluções para as médias e grandes cidades”, disse.