Sardenberg sai defendendo a independência financeira da Anatel
O embaixador Ronaldo Sardenberg disse, nesta sexta-feira (4), que sai da presidência da Anatel com um sentimento de dever cumprido. Em discurso na cerimônia que comemorou os 14 anos da agência, ele citou os principais avanços, mas admitiu que ainda existem percalços a serem resolvidos, como o preço alto dos serviços de telecomunicações para o consumidor. Ele disse também que não é possível regular e fiscalizar um setor com mais de 260 milhões de usuários com orçamento de R$ 300 mi.
Sardenberg afirmou que nos quase cinco anos à frente da Anatel, foi mantida a independência decisória da autarquia, mas reclamou da dependência financeira que ainda persiste. “Este ano, nós trabalhamos com um orçamento de R$ 300 milhões, um valor insuficiente para regular e fiscalizar mais de 260 milhões de usuários de telefonia”, comparou. No caso da fiscalização, o embaixador frisou que hoje não é mais possível acompanhar todos os serviços com apenas 500 agentes. “Os problemas crescem na mesma medida da evolução do setor”, disse.
Entre as ações destacadas por Sardenberg está o maior diálogo com a sociedade, os regulamentos da qualidade da banda larga fixa e móvel, da queda da tarifa de interconexão e o Fator X, que desde 2006 permitiu o repasse de R$ 7 bilhões para os usuários, decorrentes do reajuste menor das tarifas. Mas acredita que o maior avanço foi o amadurecimento da agência, que acumulou conhecimentos para decisões importantes em prol da massificação dos serviços de telecomunicações.
Homenagem
O ex-presidente da Anatel, Renato Guerreiro, morto este ano, foi o grande homenageado na cerimônia de hoje. Por decisão da direção da agência, ele dará nome ao espaço cultural da Anatel.