CEF estuda participação no capital social da Cobra Tecnologia

fev 13, 2010 by

Cobra TecnologiaEm Fato Relevante encaminhado nesta sexta-feira, 12/02, à Bovespa, o Banco do Brasil comunicou a celebração de um “memorando de entendimentos” com a Caixa Participações S/A (CaixaPar), para realizar estudos que visam eventual “parceria operacional ou societária” na Cobra Tecnologia. Se concretizado o acordo, a estatal se tornará fornecedora de soluções de Tecnologia da Informação para a Caixa Econômica Federal e para o Banco do Brasil.

“O ME não tem caráter vinculante e informações adicionais consideradas importantes serão prontamente divulgadas ao mercado de acordo com a evolução dos estudos e das futuras decisões”, informou no Fato Relevante à Bovespa,Ivan de Souza Monteiro, Vice-Presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do Banco do Brasil.

Porém, desde meados do ano passado, as áreas de TI do Banco do Brasil e da Caixa Econômica já discutiam a viabilidade de um acordo, no qual a CEF passaria a controlar uma parte do capital social da Cobra Tecnologia. Na época, tal acordo passava, inclusive, pela possibilidade da Vice-presidente de TI da Caixa, Clarice Copetti, indicar o presidente da Cobra, no lugar de Jorge Wilson, exonerado em novembro do ano passado.

Entraves políticos interromperam o processo, mas não a disposição da CEF de firmar a parceria, ou mesmo, de adquirir parte do controle do capital social da subsidiária do Banco do Brasil. A demora se deu pelo fato do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, ter tentado manter sob seu controle político a antiga direção da Cobra. Ele, no entanto, perdeu a disputa com o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, que nomeou Luiz Carlos Silva de Azevedo para dirigir a Cobra,em substituição a Jorge Wilson.

A gestão de Jorge Wilson na Cobra foi um desastre e a antiga direção deverá ainda responder inquérito por improbidade administrativa. A empresa tinha em torno de 300 funcionários de carreira e cerca de três mil terceirizados. Dívidas trabalhistas se acumulam na Justiça do Trabalho e, pelo menos, num processo, a empresa já foi condenada a pagar solidariamente aos trabalhadores.

Para o presidente da Federação Nacional Nacional das Empresas de Processamento de Dados, Carlos Alberto Valadares Pereira (o Gandola),a disposição dos bancos oficiais de levarem à frente um projeto de reestruturação da Cobbra Tecnologia, inclusive com a possibbilidade de uma composição societária entre a CEF e o Banco do Brasil é muito bem-vinda.

“Essa medida deverá possibilitar que a Cobra possa se reerguer financeiramente, gerando novos empregos e consolidando sua posição como principal fornecedora de serviços de TI aos bancos oficiais”, destacou.

Cabide de empregos

Porém o sindicalista questiona alguns “desmandos” administrativos que vêm sistematicamente ocorrendo dentro da companhia, mesmo depois da saída de Jorge Wilson e, a consequente, nomeação do funcionário de carreira do BB, Luiz Carlos Silva de Azevedo. Gandola destacou entre esses desmandos o apadrinhamento político.

Segundo Gandola, com o conhecimento ou não do presidente Luiz Carlos Azevedo, o diretor Marcos Antonio Mozer acaba de chamar para os quadros de assessoramento de Diretoria da Cobra Tecnologia, seis funcionários do Banco do Brasil, que estavam “encostados na instituição sem funções relevantes”.

“Esse problema de levar amigos para dentro da Cobra começou na gestão passada e pelo jeito vai continuar com o presidente Luiz Carlos Azevedo. Depois do Carnaval, a direção da Cobra quer discutir com a Fenadados um Plano de Cargos e Salários. Mas não vamos aceitar ou apoiar enquanto apadrinhados de diretores continuarem sendo chamados para se encostar na empresa”, alertou o presidente da Fenadados.

Segundo ele, a Federação também não poderia abonar um plano de carreira na Cobra Tecnologia, num momento em que terceirizados -inclusive trabalhadoras grávidas – estão sem receber salários de empresas terceirizadoras de mão-de-obra, as quais tiveram contratos rescindidos pela nova direção.

“Sem um posicionamento oficial desta direção quanto ao pagamento do que já está em atraso, não vamos fechar nenhum acordo com a direção dessa empresa. E vamos alertar a Caixa Econômica Federal para o risco de se fechar qualquer parceria com o Banco do Brasil”, ameaçou Gandola.

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