Anatel espera ter piloto de medição de banda larga móvel no Rio no segundo semestre
A Anatel está tentando correr com seu programa de medição de qualidade da banda larga. Isso porque a agência ainda não chegou a um sistema realmente completo para a aferição adequada da conexão em smartphones. Durante o congresso TM Forum nesta terça-feira, 19, em São Paulo, o superintendente da Anatel, Bruno Ramos, afirmou que existe um grupo de trabalho pesquisando uma solução, mas ainda há alguns desafios técnicos s serem superados. O cuidado para a elaboração de uma ferramenta existe porque ela será utilizada como argumento para justificar eventuais multas para operadoras.
“A legislação brasileira é muito dura e as medições serão usadas nas obrigações e sanções das empresas. Então, temos que ter muito cuidado com isso”, afirma. “O modelo de mobilidade precisa passar por verificação, se a medição é estatisticamente correta, se eu posso usar os dados que recebo”, diz.
O grupo de trabalho é formado pela Anatel e empresas para definir um modelo técnico de medição, utilizando como base o acesso à banda larga móvel em smartphones. A medição seria realizada por meio de um software, mas há variáveis a serem consideradas.
O cronograma não está definido, segundo Ramos, mas é importante ter uma solução o quanto antes. A agência estima que o Brasil chegará a 1 bilhão de acessos móveis em 2018, sendo a maioria de acessos de dados e de comunicações máquina-a-máquina (M2M). “Estamos no meio de um processo de análise científica sobre como será essa medição”, explica. “Depois, vamos fazer no segundo semestre um piloto em uma cidade determinada, acho que no Rio de Janeiro porque é uma cidade grande e com problemas. Aí eu posso usar isso para, no ano que vem, implementar (no resto do País)”.
Segunda etapa
Esse modelo é uma segunda etapa em relação à medição de conexão móvel que existe atualmente, com um hardware fixo colocado em postos dos Correios, por exemplo. “Onde tem uma energia A/C, colocamos a probe fixa, que é como um modem Wi-Fi. Mas queremos medir (a conexão) das pessoas normais, com elas falando e indo ao shopping”.
A solução estudada, de acordo com Ramos, deverá ser algo inédito. “Não existe no mundo uma situação como a nossa, na qual a gente pode fazer medição com 250 milhões de acessos”, afirma. E isso deverá servir de modelo para outros países também. “Hoje a minha equipe está na Cidade do México em um seminário da UIT (União Internacional de Telecomunicações) fazendo palestra específica sobre isso. Com o tempo, vamos ter um case importante”, acredita.
A medição do programa está a cargo da Entidade Aferidora de Qualidade (EAQ), gerida pela PriceWhiterhouseCoopers. Atualmente, a área de medição da Internet fixa cobre os Estados da federação, mas a ideia é passar a cobrir todos os 67 Códigos Nacionais. A largura de banda considerada pelas probes fixas ainda está básica: as duas únicas categorias são com velocidade até 1 Mbps e acima disso, mas também está nos planos da Anatel refinar isso.