Guerra da neutralidade: FCC investiga acordos entre Netflix e teles americanas
A Comissão Federal de Comunicações dos EUA, FCC, demorou mas começou a investigar o que há por trás do bate boca entre os presidentes da Netflix e das grandes operadoras de telecomunicações americanas. A agência avisou nesta sexta-feira, 13/6, que está estudando os detalhes dos acordos de interconexão entre a Netflix com Verizon, Comcast e outros.
“Para ficar claro, o que estamos fazendo agora é coletar informações, não regular. Estamos olhando debaixo do tapete. Os consumidores querem transparência. Querem respostas. Eu também”, disse o presidente da FCC, Tom Wheeler, segundo comunicado da agência.
A FCC requisitou os termos dos acordos de peering entre a provedora de vídeos na rede e as teles, mas também pede que outras empresas, sejam provedoras de conteúdo ou operadoras de banda larga, igualmente compartilhem os dados. Apesar das palavras de Wheeler, não está claro se os acordos serão divulgados.
Depois de uma longa queda de braço, a Netflix aceitou um acerto com a Comcast, no início do ano, por vezes chamado de interconexão mas que é melhor descrito por armazenar os conteúdos mais próximo ou mesmo já dentro da rede da operadora.
Esse acordo já foi replicado com Verizon e AT&T, mas o presidente da Netflix, Reed Hastings, vive reclamando publicamente de ter que pagar duas vezes para ter acesso a rede. Além disso, a Netflix divulga dados sobre o tráfego que sugerem degradação intencional das transmissões – que melhoraram após os contratos. Imagina-se que seja sobre esse ponto que a FCC esteja apurando.
Segundo Wheeler, a proteção dos usuários da Internet tem como ponto central “se os ISPs que provêm conectividade na última milha podem dar ou tirar vantagens de provedores de conteúdos, e portanto vantagens e desvantagens aos consumidores”. Daí, diz ele, a decisão “de entender se os consumidores estão sendo lesados”.