Gradaneiro renuncia à Portugal Telecom
O aporte seguido de calote de 897 milhões de euros feitos pela Portugal Telecom (PT) na Rioforte, do Grupo Espírito Santo, além de colocar em xeque a fusão entre PT e Oi, resultou, na quinta-feira, 7, na resignação de seu presidente executivo, Henrique Gradaneiro. O executivo renunciou também aos cargos de presidente do conselho de administração e da comissão executiva da PT.
Em sua carta de renúncia, Gradaneiro diz que não se demitiu antes porque considerava ser sua obrigação salvar o projeto de fusão e garantir “as condições de igualdade na condução da futura empresa resultante da integração”. Uma auditoria está em andamento na PT para apurar a transação na Rioforte e Gradaneiro afirmou acreditar que “(a auditoria) evidenciará os processos e as causas do incidente e demonstrará que sempre agi no melhor interesse da PT”. “Convivo bem com os meus atos, mas não com os encargos e responsabilidades de outros”.
Ele se disse “surpreendido” pelo default do Banco Espírito Santo e da Rioforte e alega ter defendido os interesses do grupo, culminando no memorando de entendimento com a Oi.
Investigação
Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal, a companhia portuguesa afirmou que “o Conselho de Administração acredita que os interesses dos acionistas da PT continuam a ser mais bem salvaguardados” após a saída de Granadeiro. Além disso, em sequência ao Memorando de Entendimentos (MOU) do dia 16 de julho, foi convocada uma assembleia de acionistas para o dia 8 de setembro para deliberar sobre os termos dos acordos definitivos que deverão ser celebrados entre a Portugal Telecom e a Oi.
O grupo português destaca que convocou a PriceWaterhouseCoopers para analisar de forma independente os procedimentos e atos relacionados às aplicações de tesouraria em entidades do Grupo Espírito Santo. “O Conselho de Administração clarifica que, em relação às aplicações de tesouraria na Rio Forte Investments S.A. (“Rioforte”), nem o Conselho de Administração nem a Comissão Executiva da PT aprovaram ou discutiram, antes das notícias veiculadas na comunicação social no final de junho, essas aplicações”.
O comunicado ao mercado foi replicado no Brasil pela Oi na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta sexta.