Possível pedido de concordata faz despencar ações da dona da Nextel Brasil
As ações da operadora de telefonia móvel NII Holdings, que atua na América Latina com a marca Nextel, despencavam mais de 60% nesta terça-feira, 12/08, depois que a empresa afirmou que pode pedir proteção contra falência por dificuldades que enfrenta no Brasil e no México.“Apesar das medidas que temos tomado para melhorar nosso desempenho operacional, nossos esforços não bastaram, o que deixou a empresa com uma posição de liquidez insuficiente para sustentar o negócio”, disse em um comunicado o presidente-executivo da empresa, Steve Shindler. A NII, que em março contratou consultores financeiros para prestar assessoria sobre uma possível venda da companhia, disse que não poderá continuar a operar a menos que possa “reestruturar suas obrigações de dívida, encontrar uma solução estratégica ou alguma combinação destas opções”.
A companhia havia dito que o UBS Investment Bank a ajudaria a buscar alternativas, que incluíam alianças, sua venda ou a venda de alguma de suas unidades. A NII Holdings encerrou o segundo trimestre com uma dívida líquida de 4,8 bilhões de dólares e 1 bilhão de dólares em caixa e investimentos.
Nesta segunda-feira, 12/08, a companhia informou que estava adotando medidas mais agressivas para reduzir seus custos e que negociava com os credores um plano de reestruturação para as suas dívidas.
A empresa assume que está enfrentando uma intensa concorrência no Brasil e no México, seus principais mercados. A empresa tem tentando frear uma perda de clientes corporativos que foram atraídos pela Telefônica Brasil e pela América Móvil, de Carlos Slim, que oferecem planos ilimitados e redes com mais cobertura.
O prejuízo líquido da NII cresceu para 623,3 milhões de dólares, ou 3,62 dólar por ação, ante 396,4 milhões, ou 2,30 dólares por papel no mesmo período do ano passado. A receita operacional caiu 23 por cento para 968,8 milhões de dólares.