Acesso gratuito às redes sociais não fere a neutralidade de rede
“O Marco Civil da Internet por si só se sustenta perfeitamente. Não sou da opinião que não dá para fazer nada sem regular. Apenas as exceções devem ser regulamentadas”, ressaltou Demi Getschko, conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e professor-associado da PUC-Campinas.
Como exemplo de exceção, Getschko citou a análise da troca de tráfego para prevenção de ataques distribuídos de negação de serviço DDoS, o fechamento da Porta 25 (sugerido pelo próprio CGI.br para combater o alto envio de spams no Brasil). O Marco Civil — salientou o especialista — criou princípios que devem ser seguidos.
Um dos princípios mais debatidos tem sido o da neutralidade de rede, que, na opinião de Getschko, já está valendo. “Ela prega que os pacotes têm de trafegar de fim a fim”, afirmou, nesta quarta-feira, 27/08 durante Ciclo de Debates promovido pela camara-e.net em São Paulo.
Para Getschko, a oferta de acesso grátis a determinados aplicativos, como Facebook e Twitter, por parte das operadoras de telecom, não infringe a neutralidade. “O Marco Civil tem como objetivo manter a Internet como ela e que não impeça propositalmente o usuário de ir, trafegar por onde quiser”, disse.