Anatel culpa taxa de interconexão pelo preço alto das chamadas por celular
Em termos gerais, o Brasil é o 62º colocado no ranking dos países mais preparados para usar as tecnologias de informação no mundo, abaixo do Azerbaijão, Croácia, Arábia Saudita, Chile ou Líbano. O ranking é liderado por Coreia, Suécia e Islândia.
A taxa de interconexão – custo cobrado em chamadas entre operadoras de celular diferentes – está hoje em R$ 0,22 o minuto. Este custo, segundo a Anatel é o maior responsável pelas altas tarifas de telefonia móvel, divulgadas nesta segunda-feira, 24, pela União Internacional das Telecomunicações, unidade da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo a OIT, o Brasil tem a tarifa de chamadas de celular mais cara do mundo em termos absolutos. Em termos gerais e contando também com tarifas de telefonia fixa e internet, o Brasil também não tem um bom desempenho. Entre 161 países avaliados, ocupa a 93ª posição, superado por Índia, Colômbia ou Peru.
Sinditelebrasil defende que minuto de celular no Brasil custa, em média, US$ 0,07
Em média, um minuto no celular em horário de pico custaria US$ 0,71 entre chamadas pelo mesmo operador no Brasil. A taxa sobe para US$ 0,74 por minuto em caso de chamadas entre operadores diferentes. Para fazer a comparação, a UIT usou a taxa média praticada em São Paulo.
O custo é três vezes o que um americano paga para falar ao celular ou em Portugal, de onde vem uma parte importante dos investidores. Na Espanha, sede da Telefónica, um cidadão paga cinco vezes menos pelo celular que no Brasil. Em Hong Kong, um minuto no celular custa US$ 0,01 fora do horário de pico, 70 vezes menos que no Brasil.
No que se refere ao custo de banda larga, a situação é melhor. Apenas 54 países têm taxas mais baratas que o Brasil. Nas Américas, o Brasil tem a terceira taxa mais baixa da região.
Em termos de telefonia fixa, o País ocupa a modesta posição de número 112 entre os mais caros. E, entre os celulares, levando em conta a renda e o PIB per capita, o Brasil é o 117º lugar, sem qualquer redução no preço entre 2011 e 2012.
Em termos gerais, o Brasil é o 62º colocado no ranking dos países mais preparados para usar as tecnologias de informação no mundo, abaixo do Azerbaijão, Croácia, Arábia Saudita, Chile ou Líbano. O ranking é liderado por Coreia, Suécia e Islândia.
Apesar dos custos, um número cada vez maior de brasileiros tem acesso a celulares e internet. Segundo a UIT, o Brasil atingiu pela primeira vez a marca de ter metade da população usando a web e metade com computador em casa ao final de 2012. Em 2011, essa taxa era de 45%.
No que se refere aos usuários de banda larga, a taxa ainda é pequena, passando de 8,6% para 9,2% entre 2011 e 2012, bem distante da média de 27% nos países ricos.
Os celulares, apesar do custo elevado, já ultrapassaram o número de brasileiros. Em média, existem 125 celulares por 100 brasileiros, contra 119 em 2011.
O acesso ao 3G também vem crescendo de forma expressiva. Em 2012, 37% dos usuários de celulares tinha acesso à rede. Em 2011, essa taxa era de 21%. A expansão brasileira segue uma tendência de outros países emergentes, que dobraram o volume de acesso ao 3G em apenas dois anos. Hoje, metade do mundo tem acesso à rede.