Lan Houses: Informalidade é a marca do negócio no RJ

jan 27, 2010 by

Uma lanhouseO acesso à Internet é o serviço mais utilizado pelos freqüentadores das lan houses cariocas, seguido pelos jogos em rede e os serviços de impressão e gravação de CD ou DVD. Respectivamente são de 30%, 15% e 3%, segundo pesquisa realizada, no final do ano passado, pela Riosoft e o Sebrae/RJ, em lojas dos bairros de Copacabana, Centro e Rocinha.

O trabalho identificou que 50% dos negócios de Lan Houses são informais. Para Benito Paret, presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Rio de Janeiro (Seprorj), os dados explicitam as dificuldades enfrentadas por todos os segmentos da TI, que enfrentam impostos altos.

“Nesse caso os empreendedores ficam na informalidade para fugirem das garras das receitas. É a forma que encontram para sobreviver e gerar renda. Um melhor entendimento do setor público evitaria essa situação, os traria para a legalidade e elevaria a arrecadação dos governos”, detalha o presidente do Seprorj.

Segundo a pesquisa, na Rocinha, onde é estimada a existência de 50 lojas, 100% delas fazem parte do mercado informal. Apesar dessa realidade, no Brasil o setor, segundo reporta ainda o levantamento da Riosoft/Sebrae/RJ, conta com cerca de três mil estabelecimentos, gera cerca de sete mil empregos diretos e atendeu no segundo trimestre de 2009 cerca de 20,3 milhões, dos 64,8 milhões de usuários da internet, segundo o Ibope.

No universo pesquisado 66,2%, tem até três anos de funcionamento. Deles 73,3%, tem ganhos anuais de até 100 salários mínimos e pagam em média R$ 517,00 reais mensais para seus funcionários. Para abrir o negócio, 97% dos empresários usaram capital próprio.

O estudo apura ainda que a maioria das lan houses está em um mercado dominado por homens com idade média entre 36/37 anos. Menos da metade, 44% dos entrevistados, declarou ter entre o ensino médio completo e pós-graduação.

O restante, 56%, declarou ter até ensino fundamental completo ou incompleto ou médio incompleto, sendo que na Rocinha estão todos que declararam ter os ensinos fundamental e médio incompleto. As lan houses, na avaliação da pesquisa, parecem ter seu mercado consolidado na cidade, mas a gestão dos negócios ainda está em estruturação.

Delas 58,1% possuem cadastros de clientes, porém não os utilizam como um instrumento de fidelização. Também não se dedicam à capacitações eficientes de seus funcionários. A preocupação com o meio ambiente não faz parte do cotidiano e 49,3 % não dão destino certo para o lixo eletrônico, por exemplo.

A importância das lan houses foi detectada pelo suplemento da Pesquisa Nacional por Amostr de Domicílios – PNAD 2008 -, divulgado em dezembro do ano passado. O levantamento constatou o papel decisivo das Lan Houses para a inclusão digital no país. Elas representaram 35,2% dos acessos realizados pelas 56 milhões de pessoas que acessaram à Internet no país.

O governo Lula até admitiu rever sua posição com relação às Lan Houses – vistas como ambientes nocivos aos jovens mas, em função da ausência de conectividade no Brasil, foram transformadas no principal ponto de acesso à internet do país. Mas fato é que, até o momento, nada foi feito concretamente para regularizar e incentivar a legalização das Lan Houses oficialmente.

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