TV Digital: Indústria precisa reclamar menos e produzir mais
A notícia de que a Argentina está investindo US$ 13 milhões na Investigaciones Aplicadas (Invap) – estatal conhecida por fazer pesquisas com energia nuclear – para que a empresa também se volte ao mercado de TV Digital – não surpreendeu aos técnicos do governo brasileiro, ao contário. Eles, inclusive, apoiam a decisão.O Assessor Especial da Casa Civil, André Barbosa, disse que o pais vizinho tem um desejo – legitimo – de investir nessa área porque nas negociações para a adoção do SBTVD, essa ação foi contemplada nas negociações.
Em entrevista à CDTV do portal Convergência Digital, Barbosa criticou a indústria brasileira, aque, na sua visão, continua morosa ao tomar decisões importantes que envolvam a produção de equipamentos necessários para a disseminação da TV Digital. Sobretudo, com relação à fabricação de conversores e à interatividade.
Para o Assessor, a decisão argentina deve ser vista pela indústria brasileira como um sinal de que está na hora de reagir com a produção local de equipamentos. Medida também precisa ser avaliada pelo setor de software, sob o risco de perda de mercado num futuro próximo.
André Barbosa ressaltou ainda que a indústria brasileira não deve usar como desculpa pela não existência de conversores com o middleware Ginga no mercado, as barreiras impostas aos produtos eletrônico feita pela Argentina. Ele entende que se não houver uma pronta reação por parte dos empresários da indústria voltada para a TV Digital, a tendência é de uma concorrência mais acirrada dos fabricantes argentinos, inclusive, no mercado brasileiro.
A Argentina vem mostrando avanço acelerado na TV Digital. No início do mês, duas empresas apresentaram o primeiro conversor fabricado no país – trata-se de um consórcio entre Coradir e Novatech. O aparelho, que custará cerca de R$ 360, ainda tem preço acima do que vem sendo defendido pelo governo brasileiro (próximo a US$ 100). Mas o modelo apresentado pelo consórcio já inclui o Ginga, o middleware de interatividade.