Algar Telecom tem rating rebaixado pela S&P por alavancagem elevada
A S&P Global Ratings rebaixou as notas de risco de crédito da Algar Telecom na Escala Nacional Brasil de ‘brAA+’ para ‘brAA’ hoje, 28 de abril. A perspectiva foi mantida como estável, refletindo a expectativa de uma recuperação da rentabilidade da companhia nos próximos trimestres.
Segundo a S&P, a Algar Telecom reportou uma margem EBITDA ajustada de 34,5% em 2024, inferior à projeção anterior de 42%. A dívida líquida ajustada sobre EBITDA fechou o ano em 3,8 vezes, acima da expectativa de 3,2 vezes. A combinação de margens mais fracas e alta alavancagem motivou o rebaixamento.
A S&P apontou que despesas extraordinárias relacionadas à revisão de processos contábeis e de controles internos impactaram as métricas operacionais em 2024. Apesar disso, a agência não prevê novas questões de governança que possam afetar a qualidade de crédito da companhia.
Projeções de melhoria gradual
Para 2025, a S&P estima que a margem EBITDA da Algar Telecom atinja aproximadamente 39%, com crescimento gradual para mais de 40% nos anos seguintes. A dívida líquida ajustada sobre EBITDA deve cair para 3,3 vezes em 2025, 3,2 vezes em 2026 e próximo de 3,0 vezes em 2027.
A agência também projeta que a empresa continuará a gerar fluxo de caixa operacional livre positivo, acima de R$ 500 milhões anuais, priorizando a expansão da base de clientes e evitando grandes desembolsos em rede de fibra.
Governança e liquidez
A avaliação da governança da Algar Telecom permanece classificada como “moderadamente negativa” pela S&P, em função das falhas identificadas nos controles internos em 2024. A expectativa é que o cenário não se repita, uma vez que os ajustes necessários já teriam sido realizados.
A liquidez da empresa foi considerada adequada, com fontes de caixa que superam os compromissos de curto prazo e flexibilidade para reduzir investimentos se necessário. Em 31 de dezembro de 2024, a posição de caixa da Algar era de R$ 502 milhões.
Cenários futuros
A S&P indica que novos rebaixamentos podem ocorrer caso haja novos ajustes contábeis ou se a recuperação operacional não se concretizar, mantendo a alavancagem elevada. Por outro lado, a elevação dos ratings dependerá da retomada das margens para acima de 40% e da redução da dívida líquida sobre EBITDA para patamar inferior a 3,0 vezes.
Tele Síntese, 28 de abril de 2025