Amazônia terá 1.033 pontos de acessos com banda larga para órgãos públicos
Vem aí um passo e tanto para garantir acesso à banda larga a órgãos municipais, estaduais e federais na Amazônia – região que sofre tanto com as dificuldades de acesso como com a oferta de comunicações por um único fornecedor. O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), ligado à Casa Civil, investiu R$ 9 milhões na compra de 1.033 terminais VSAT – grosso modo, uma antena parabólica e um terminal com modem – e duas hubs e vai começar a instalá-los nesse primeiro semestre de 2010.O primeiro alvo é a substituição dos 560 terminais VSAT em funcionamento, que atendem postos de fronteira do Exército e da Polícia Federal, aldeias indígenas, estações da Embrapa, Funai e Funasa. Comprados na década de 1990 e instalados em 2002, eles permitiram conectar esses pontos, mas em baixa velocidade. Mas a compra também tem o objetivo de expansão da rede atual, a depender do interesse de órgãos públicos, por isso os 1.033 terminais novos.
“Vamos sair do dial-up (acesso discado) para a banda larga”, explica o coordenador-geral de manutenção técnica do Sipam, Marcos Bernardini. “Com os equipamentos atuais, conseguimos, no topo, conexões de 64kbps. Em média, de 10kbps. Agora, vamos para velocidades de 1Mbps, o que vai nos permitir atender outros órgãos que já tinham interesse, mas para quem a tecnologia anterior era inviável, porque precisam de banda larga”, completa. Além da defasagem tecnológica, que limita a velocidade de transmissão de dados, os equipamentos instalados sofrem com a falta de peças de reposição.
Atualmente, a PF se vale, principalmente, dos equipamentos para expedir documentos, o Exército para comunicações de voz (VoIP), a Embrapa para transferir dados, o sistema meteorológico para coleta de dados, etc. Mas com os novos aparelhos, que serão fornecidos pela israelense Gilat, será possível, por exemplo, garantir acesso às cerca de 200 comarcas judiciais da região da Amazônia Legal.
Essa rede do Sipam é, também um forte componente para o objetivo anunciado do governo federal de garantir acesso à internet a todos os órgãos federais, estaduais e municipais. Além do acesso em si, há um interessante componente de custo – que na Amazônia, onde a concorrência praticamente não existe, alcança valores proibitivos. A própria PF paga R$ 1 milhão por ano por 20 antenas, enquanto o Comando Militar da Amazônia acabou de aditar um contrato de R$ 4,6 mil por mês para conexões de 512kbps.