Anatel não muda, teles vão à justiça, mas governo vai receber este ano R$ 4,9 bi da faixa de 700 mhz

nov 28, 2014 by

Segundo um executivo de uma das operadoras, três são as estratégias que poderão ser adotadas na esfera judicial por cada um das empresas  para questionar o valor cobrado a mais – de R$ 186 milhões- das quatro operadoras que participaram do leilão (Algar Telecom, Claro, TIM, Vivo): fazer o depósito integral e depois recorrer à justiça; conseguir da justiça o depósito em juízo do principal ou apenas depositar em juízo a diferença questionada.

 

A Anatel, na noite de terça-feira, negou o recurso das empresas sobre este valor cobrado a mais, e as operadoras tentaram pelo menos que esta diferença em litígio fosse cobrada em separado. Fontes da agência afirmam, contudo, que a agência não vai mudar os valores calculados, aprovados inclusive pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O que está em disputa

As divergências acontecem porque o leilão, muito complexo, previa também que as vencedoras da licitação teriam que desembolsar R$ 930 milhões cada uma para fazer a limpeza da faixa vendida, de 700 MHz, hoje ocupada pelas emissoras de TV analógicas. Este dinheiro será usado para financiar as emissoras de TV a migrarem para sistemas digitais em outra frequência e para subsidiar a população de baixa renda a receber os sinais digitais. Para o governo, a Claro e a TIM  vão pagar R$ 1, 947 bilhão; a  Vivo R$ 1,927 bi e a Algar Telecom R$ 29,5 milhões

Mas o edital contava com a participação das quatro grandes operadoras nacionais e duas regionais. Só que a Oi e a Sercomtel não compareceram ao leilão, o que repassou a obrigação  da limpeza da frequência dessas duas empresas para aquelas que participaram da disputa. Isto estava explícito no edital. O questionamento das operadoras é que o edital estabelecia que a conta a ser repartida deveria ser calculada com base WACC  (Custo Médio Ponderado de Capital) e a agência usou outros critérios para calcular o valor, encontrando preço mais alto. Assim, ao invés de pagarem R$ 300 milhões a mais cada uma das três operadoras, e R$ 30 milhões a Sercomtel, a conta veio R$ 60 milhões mais salgada para a Claro, R$ 62 milhões a mais para Vivo e TIM e R$ 2 milhões a mais para a Algar Telecom. “E 60 milhões é muito dinheiro, não dá para abrir mão”, assinala um executivo.

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