CGI.br cria site de transmissão de vídeos

fev 6, 2010 by

CGI.BRO Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) anunciou o lançamento do portal de transmissão de vídeos Zappiens.br. Desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), Arquivo Nacional e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o site vai reunir conteúdo científico, educacional e cultural para criar um banco de material didático e de pesquisa em português.

De acordo com o conselheiro do CGI.br, Henrique Faulhaber, o Zappiens.br foi criado a partir das intenções de uma comissão de conteúdos digitais, formada por membros de instituições públicas e privadas, representantes do governo e da sociedade civil, de criar um lugar público de acesso gratuito a vídeos importantes para a cultura nacional que estavam se perdendo. Ele conta que o foco do portal não é se tornar um provedor de conteúdo, mas uma central de convergência para que todos os provedores e produtores possam divulgar seus trabalhos e os pesquisadores possam achá-los mais facilmente.

Faulhaber explica que o portal será aberto apenas para vídeos publicados por instituições, as quais passarão por um processo de apuração, por enquanto feita pela comissão de conteúdos digitais formada pela CGI.br. Ao contrário do Zappiens.pt, da Fundação para a Computação Científica Nacional de Portugal (FCCN), que inspirou o nome do site brasileiro, os internautas não poderão subir seus próprios vídeos no Zappiens.br e as imagens não passarão por uma avaliação prévia, apenas as instituições que as publicam.

O download dos vídeos, porém, ainda não pode ser feito. Faulhaber explica que por enquanto os internautas só poderão ter acesso aos filmes por meio de streamming, e a possibilidade de ter os arquivos ainda está sendo discutida.

Adriano Adoryan, um dos responsáveis pelo projeto experimental de vídeos on-line da USP, IPTV, que desenvolveu a plataforma do novo site, adverte que a questão dos downloads não é operacional e sim cultural. Para ele, os brasileiros ainda não estão acostumados a lidar com problemas relacionados a direito de imagem, direito autoral e uso de propriedade intelectual, e antes de permitir que o internauta se aproprie do conteúdo disponível, é preciso fazer um trabalho de educação. “Acreditamos que isso ainda demore, mas é melhor passar por esse processo do que ter que fechar um serviço por causa de um problema relacionado a leis autorais que não foi muito bem estudado e discutido”, observa.

Para que o projeto se desenvolva, porém, o diretor geral do Arquivo Nacional, professor Jaime Antunes, acredita que ainda são necessárias formas de regulamentação e a criação de normas e regras de acesso a conteúdos digitais. Não apenas por uma questão burocrática, ele acredita que, quanto mais critérios determinado conteúdo tiver para ser encontrado e distribuído, mais fácil será seu aproveitamento no futuro.

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