Comitê Gestor da Internet debate desafios e oportunidades para conectividade na Amazônia
Discutir desafios e oportunidades para a promoção de infraestrutura e conectividade sustentável na região amazônica, incluindo alternativas e experiências locais que ajudem a fomentar a autonomia dos povos e a soberania dos territórios no uso de recursos tecnológicos. Essa é a proposta do “Seminário Internet e Meio Ambiente: caminhos sustentáveis na Amazônia”, iniciativa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) em conjunto com Bemol, Centro Popular de Comunicação e Audiovisual (CPA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Subsecretaria de Ciência e Tecnologia para Amazônia, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O evento, que acontece nos dias 24 e 25 deste mês, no Auditório do Instituto de Computação da UFAM, terá na programação palestras e mesas de debates multissetoriais, que poderão ser acompanhadas presencialmente ou pelo canal do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) no YouTube. A inscrição é gratuita e a participação dá direito a certificado.
“Em linha com a multissetorialidade que norteia as ações do CGI.br, essa iniciativa é uma forma de envolver diferentes setores da sociedade nas discussões sobre conectividade, soberania digital e sustentabilidade socioambiental na Amazônia. É também uma tentativa de estimular maior participação das comunidades locais no campo da Governança da Internet e no desenvolvimento de tecnologias”, afirma Percival Henriques, Conselheiro do CGI.br.
O primeiro dia do Seminário será marcado por palestras ministradas por dois convidados com atuação destacada na região. Philip Fearnside, renomado pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI), falará sobre os principais desafios do meio ambiente na Amazônia. Fearnside é considerado uma referência mundial no assunto. Em 2006, ele foi identificado como o segundo cientista mais citado no mundo na área de aquecimento global; em 2011, como sétimo em desenvolvimento sustentável; em 2020 e 2021, como o “mais influente” no Brasil em ecologia e mudanças climáticas, respectivamente, e, em 2023, como “melhor” em ecologia e evolução e como “melhor” nas grandes áreas de biologia e agrárias.
Já a segunda palestra terá como tema tecnologias e ancestralidade e será apresentada por Paulo Castro, da Rede Wayuri, importante coletivo de mídia popular formado por comunicadores indígenas do Rio Negro (AM). Criada em novembro de 2017, a rede é composta por 17 representantes de oito etnias: Baré, Baniwa, Desana, Tariana, Tukano, Tuyuka, Wanano e Yanomami. Mensalmente, eles produzem o boletim de áudio Wayuri, um informativo que leva notícias sobre os territórios indígenas do rio Negro para 750 comunidades formadas por povos originários que vivem na área. As informações circulam por meio de aplicativos de mensagem, radiofonia e transmissão de arquivo por bluetooth ou apps. A mesa de abertura do evento contará com as participações de Tanara Lauschner (UFAM), Percival Henriques de Souza Neto (CGI.br), Jesaias Arruda (Bemol) e Jessica Botelho (CPA).
IP News, 17 de fevereiro de 2025