Consultoria ISS recomenda Conselho da PT aprovar novos termos com a Oi
Começou a circular nesta terça, 18/8, um documento da consultoria Institutional Shareholders Services que recomenda aos acionistas da Portugal Telecom, que se reúnem em três semanas, a aprovarem a revisão dos termos da fusão com a brasileira Oi. Para a ISS, a proposta é boa diante da encrenca financeira e “a desvantagem de rejeitar a proposta supera qualquer vantagem”.
Os novos termos foram costurados por executivos dos dois lados do Atlântico depois que se tornou público o calote que a PT levou da Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo, que é o principal acionista da operadora de telecom portuguesa.
O tombo de 900 milhões de euros (quase R$ 3 bilhões) ainda é sujeito a muita especulação – uma auditoria diz que mesmo os brasileiros já sabiam do papagaio com a Rioforte desde maio. Mas é certo que abriu terreno à renegociação, que em si importa em descontar o rombo da participação que a PT teria no casamento.
Ou seja, entre as permutas de papéis previstas, o resultado, resumidamente, é que a Portugal Telecom ficará com uma participação de 25,6% na CorpCo, a empresa resultante da combinação com a Oi. Originalmente, os termos previam que a PT levaria 37% do negócio.
Para a ISS, a revisão dos termos “permite que a companhia prossiga com a combinação de negócios, que faz sentido sob a perspectiva estratégica”. Além disso, sustenta que “os termos revisados não parecem injustos para a companhia e os acionistas”, embora reconheça que ela “deriva do mau uso dos fundos da companhia pelos gestores”.
Os novos termos também preveem uma opção para a PT reaver o naco perdido da participação, desde que cubra os 900 milhões de euros. A ISS admite que a operadora “talvez não venha a ter os recursos necessários para exercer a opção”. Além disso, lembra que a fusão completa não deve mais acontecer, embora uma estrutura alternativa ainda esteja sendo discutida.
“As desvantagens de rejeitar a proposta, inclusive a possibilidade de litígio da Oi contra a PT pela reversão da combinação de negócios, superam qualquer potencial vantagem. A combinação ainda faz sentido e os termos revisados, que foram negociados por diretores da PT envolvidos nos investimentos na Rioforte, parecem justos diante da situação excepcional”, conclui a ISS