Crise muda foco de investimentos em comércio eletrônico
Em sua 12ª edição, a Pesquisa FGV-EAESP de Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro revela um crescimento significativo tanto nas transações negócio-a-negócio (B2B), quanto nas negócio-a-consumidor (B2C).Segundo a análise, o nível de CE entre empresas foi de 63,2%, contra aproximadamente 59% em 2008. Enquanto isso, as transações com consumidor chegaram ao nível de 29,32%, ante menos de 25% registrados em 2008. Os índices representam a movimentação de US$ 150 bilhões e US$ 60 bilhões, em B2B e B2C, respectivamente.
De acordo com o professor Alberto Luiz Albertin, responsável pela pesquisa de comércio eletrônico no mercado brasileiro, a crise de 2009 não implicou a redução dos investimentos, mas influenciou a maneira como as empresas empregaram dinheiro em tecnologia para os negócios online.
“Com a crise, o foco desses investimentos foi direcionado a soluções para redução de custos e ganho de produtividades, e a inovação foi deixada em segundo plano”, detalha.
O professor acrescentou ainda que em 2010, superada a crise, a inovação deve voltar ao topo das prioridades. Em 2009, investimentos com finalidade de redução de custos representaram 31%, seguido por qualidade (28%), produtividade (24%), flexibilidade (10%) e inovação (7%).
Em 2010, caso o atual cenário seja mantido, os focos de investimentos devem ser liderados por inovação (38%), produtividade (31%), custo (13%) e flexibilidade (6%).
O setor de serviços foi aquele que mais investiu em comércio eletrônico no Brasil em 2009, dedicando 2,04% de seu faturamento líquido a melhorias e implantações relacionadas ao CE. Indústria e Comércio investiram, respectivamente, 0,42% e 1,32% em CE.
“Proporcionalmente aos investimentos de TI, no entanto, o setor de Comércio foi o que mais dedicou investimentos ao CE”, observa Albertin. Serviços, Indústria e Comércio investiram, nesta ordem, 9,66%, 3,85% e 3,55% de suas receitas líquidas em TI de maneira geral.
Segundo a pesquisa, ao fazer investimentos, as empresas atribuem maior importância aos aspectos de relacionamento com clientes, adoção de clientes, privacidade e segurança e alinhamento estratégico. Albertini também destaca a importância dada pelas empresas aos aspectos de relacionamento com fornecedores, com o CE atingindo um nível de 71% nos processos relacionados à cadeia de suprimentos.
Nota: A FGV-EAESP considera Comércio Eletrônico a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócios num ambiente eletrônico, por meio de aplicação intensa das tecnologias de comunicação de de informação, numa infraestrutura pública, atendendo aos objetivos de negócios. Os processos podem ser realizados de forma completa ou parcial.