Desenvolvido no Brasil, satélite de observação da Visiona é lançado com sucesso
Desenvolvido pela Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture formada pela Telebras e Embraer, o nanossatélite VCUB1 foi lançado na madrugada do último sábado, 15. Ele foi enviado ao espaço pelo foguete Falcon 9, da SpaceX, a partir da base de lançamento de Vandenberg, na Califórnia, Estados Unidos. Segundo a companhia, é o primeiro satélite de observação da terra e coleta de dados projetado pela indústria nacional, o que afirma “demonstrar a capacidade da indústria brasileira de realizar missões espaciais avançadas”.
O nanossatélite agora será levado à órbita final pelo veículo de transferência orbital ION, da D-Orbit, quando passará por estabilização e testes preliminares. A Visiona diz que em seguida serão realizados os testes de validação das tecnologias, para então entrar em operação definitiva.
A missão é validar a arquitetura do VCUB1 e o software embarcado para futuramente utilizar em outros satélites. O software do computador de bordo foi totalmente desenvolvido pela Visiona, incluindo o sistema de controle de órbita e atitude (que a empresa diz ser inédito no País) e o sistema de gestão de dados de bordo para controle dos componentes.
Também será validado o software de comunicação do satélite. Conforme explica a Visiona, essa etapa é importante para a soberania do País uma vez que prevê a implantação de serviços finais para garantir a segurança das comunicações e do controle do satélite. Também haverá a qualificação da câmera reflexiva OPTO 3UCAM – a joint-venture diz que também é a primeira do tipo projetada e produzida no Brasil.
O apoio financeiro do VCUB1 foi da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e do Instituto Senai de Inovação. O projeto do nanossatélite traz uma grande quantidade de parceiros: Instituto Senai de Inovação, o Governo de Santa Catarina, o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), a AEB (Agência Espacial Brasileira), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o Naturatins (Instituto Natureza do Tocantins), a Transpetro (Petrobras Transporte) e a Prefeitura de São José dos Campos, além de várias empresas da base industrial brasileira como a OPTO, a AMS Kepler, a Metalcard e a Orbital Engenharia, entre outras.
Bruno do Amaral, Teletime, 17 de abril de 2023