Dilma quer rediscutir a concessão após processo eleitoral
As bases das concessões na área da telefonia precisam ser rediscutidas inexoravelmente logo após o processo eleitoral, afirmou, nesta quarta-feira (30), a presidente Dilma Rousseff, durante encontro com empresários, na sede da Confederação Nacional da Indústria. Segundo ela, ainda há no Brasil uma visão de telefonia fixa, que está em desacordo com o que é a tendência do negócio.
– É algo que o governo vai ter que discutir com as empresas do setor. Discutir como fica a estrutura regulatória que obriga, por exemplo, a fazer orelhão, como fica a estrutura regulatória em relação ao tipo de negócio, se concessão de serviço público ou um negócio comercial”, disse a presidente, ao responder uma pergunta feita pelo presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente.
Dilma ressaltou que luta por uma internet não com 1 Mega de capacidade, mas que tenha condições de chegar ao padrão da Coreia do Sul, de 50 Mega de capacidade. “Agora, para atingir isso eu sei que o Estado vai ter de entrar com uma parte, eu sei disso. E vai entrar com uma parte, sem pretende dirigir ou controlar o negócio, no sentido empresarial da palavra. Pretendemos sim fiscalizar e olhar para onde vão os recursos públicos”, afirmou.
Para realizar esses investimentos, que considera típicos de parceria público-privada, a presidente disse que são necessários a apresentação de projetos consistentes de difusão da banda larga. “Isso pode ser feito por parceiros existentes ou por outros que sejam atraídos para o Brasil”, completou.
O encontro com os empresários faz parte do movimento de diálogo da indústria com candidatos à Presidência da Republica. De manhã, o encontro dos empresários foi com o candidato do PSDB, Aécio Neves, e o do PSB, Eduardo Campos.
A CNI preparou proposta para 42 áreas visando o desenvolvimento do país como um todo por meio da melhoria da competitividade. Entre as sugestões estão as questões ligadas à infraestrutura, carga tributária, agências reguladoras, terceirização e inovação. Segundo o presidente da entidade, Robson Andrade, as proposições são tão detalhadas que bastam a assinatura do candidato eleito para virar norma ou projeto de lei3G e 4G. As prestadoras investiram nesses municípios R$ 1,3 bilhão, ampliando em 28%, em média, a infraestrutura que ficou de legado para a população. Essa infraestrutura de telefonia móvel foi reforçada por mais de 10 mil quilômetros de fibras ópticas.