Em blog, José Dirceu publica “ponto final no caso Eletronet”
O ex-ministro e ex-deputado José Dirceu publicou nesta terça-feira, 2/3, em seu blog, uma extensa nota com o que chamou ‘de ponto final no caso Eletronet’. Nela, considera que o episódio é um ataque eleitoral, sustenta que são caluniosas as reportagens que o acusam de fazer lobby relacionado à rede de fibras óticas da Eletrobrás e que o objetivo é, além de atingir a candidatura da ministra Dilma Roussef à presidência pelo PT, minar o Plano Nacional de Banda Larga.A nota é, no fundo, um apanhado dos desmentidos dados ao longo da última semana pelo próprio José Dirceu como também pela Eletrobrás, Advocacia Geral da União e pelo ex-ministro Luiz Gushiken. Vão na linha de demonstrar que não há lucro para sócios privados da Eletronet e que Dirceu não teve participação no projeto de utilização das fibras óticas para a oferta de acesso banda larga à internet.
“A consultoria que prestei à empresa Adne, do empresário Nelson dos Santos, ocorreu entre março de 2007 e setembro de 2009. Começou, portanto, dois anos após a empresa Contem Canadá ter adquirido do grupo norte-americano AES 51% da Eletronet, por R$ 1, em troca de assumir percentual idêntico da dívida da empresa, estimada atualmente em R$ 800 milhões. Logo, se minha consultoria (à Adne, não à Star Overseas ou à Contem) se iniciou dois anos depois de o empresário ter feito tal negócio de risco, não pode ter sido eu a sugerir-lhe que fizesse a aposta. Àquela época, 2005, eu sequer conhecia Nelson dos Santos”.
“A Folha passou a semana tentando manter o caso aceso. Com a já esperada ajuda da revista Veja, que novamente mirou a pena caluniosa contra mim. Os dois veículos dizem que participei ativamente da decisão sobre os rumos da Eletronet, notícia previamente desmentida em entrevista do ex-ministro Luiz Gushiken, publicada por O Globo, na 5ª feira. Nessa reportagem, Gushiken conta que foi em sua gestão à frente da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo que começou a se pensar no uso da rede de fibras da Eletronet.”
O ex-ministro reproduz ainda as notas divulgadas pela AGU e pela Eletrobrás em resposta as reportagens que acusam Dirceu de fazer lobby em benefício do empresário Nelson dos Santos, da Star Overseas, que comprou participação na Eletronet e, segundo o próprio declarou à imprensa, espera lucrar R$ 200 milhões com a eventual reativação daquela empresa.
Tanto a AGU quanto a Eletrobrás lembram que o governo retomou a posse da rede de fibras óticas do sistema de transmissão e distribuição de energia, fibras que são da Eletrobrás e que foram cedidas à Eletronet – uma sociedade em que o grupo AES tinha 51% e a Eletropar 49%.
Lembram, ainda, que por conta da ação de retomada da posse das fibras, diante do pedido de falência da Eletronet, a Eletrobrás apresentou caução (R$ 270 milhões) destinada a atender “exclusivamente eventuais direitos de credores da Eletronet e não dos seus sócios”. Além disso, sustentam que “eventual reativação da Telebrás não vai gerar receitas ou direitos de crédito para a massa falida da Eletronet, seus sócios, credores, ou qualquer grupo empresarial com interesses na referida massa falida”.