Mais uma consultoria indica fusão OI/PT como melhor saída a minoritários
Depois da ISS, agora a Glass Lewis, consultoria internacional de análise de operações financeiras, lançou um parecer recomendando aos minoritários da Portugal Telecom aceitar os novos termos da fusão com a Oi. Segundo o documento, as operações de compra de papéis da Rioforte, autorizadas por Henrique Granadeiro no começo do ano, levantam suspeitas quanto à capacidade do conselho da PT em auditar seus negócios. Também levam questionamentos quanto à natureza, eficácia e visão estratégica do conselho administrativo.
De acordo com a análise da Glass, a saída de Granadeiro abre espaço para a nomeação de um novo conselho, mais eficiente, embora o calote da Rioforte crie um desbalanço na fusão. Seria natural, portanto, a criação de mecanismos que obstrua o possível impacto sobre a fusão, já em estágio avançado.
Sob este ponto de vista, o acordo é benéfico à PT, uma vez que prevê a recompra da participação perdida na CorpCo, empresa resultante da fusão, no momento em que reaver o dinheiro devido pela Rioforte. Além disso, ao abrir mão de 14,1% de participação na Oi, que seria convertido em participação na CorpCo, previne o litígio da Oi sobre a PT, uma vez que a operadora brasileira não fora informada das operações com a Rioforte.
“O novo acordo, que separa a dívida ruim da Oi e CorpCo, apazigua uma questão que poderia resultar em rompimento da fusão ao mesmo tempo em que mantém a possibilidade de a PT e seus investidores voltarem a ter controle direto na CorpCo. Apesar de, no curto e médio prazos, a solução diluir a participação, as alternativas são todas menos atraentes”, diz o relatório, que conclui: “Na verdade, esperamos que se não houver aprovação do acordo, levaria ao fim qualquer possibilidade de fusão entre a Oi e a PT, intervenção regulatória, litígio com a Oi e, potencialmente, um desfazimento que resultaria com a PT e seus acionistas arcando integralmente com a dívida da Rioforte”.