No jogo político, Marco Civil vira moeda de troca contra o governo

fev 27, 2014 by

Como se já não bastasse os pontos controversos que tem impedido a votação do Marco Civil da Internet, agora o projeto foi colocado como moeda de troca de alguns partidos contra o governo. Liderados pelo líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ),  os partidos Pros, PDT, PR, PTB, PSC e outros governistas formaram o chamado “blocão” na sessão da última terça, 25.

 

A criação do blocão teve o objetivo de pressionar pela votação de um requerimento para a formação de uma comissão externa para investigar denúncias contra a Petrobras. Na tentativa de impedir a votação do requerimento, o PT conseguiu obstrutir a sessão, adiando a votação do requerimento para esta quarta, 26, o que acabou não acontecendo por falta de quórum em função do feriado de carnaval.

Em entrevista após o encerramento da sessão desta quarta, Eduardo Cunha não escondeu que o blocão só vai votar outros projetos, inclusive o Marco Civil, se o requerimento for colocado em pauta. Segundo o parlamentar, a estratégia para votação não visa derrotar ou diminuir o governo. “O objetivo não é enfraquecer ou diminuir, até porque, na semana do dia 11 (de março), ou vota isso ou não vota nada. Aí quero ver como vai fazer.”

A comissão externa pretende acompanhar investigações efetuadas na Holanda sobre a denúncia de que funcionários da Petrobras teriam recebido propina da empresa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias petrolíferas. A proposta é do líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), e agora conta com o apoio do blocão que contém inclusive partidos da base do governo.Do ponto de vista dos partidos da, em tese, base governista que apoiam a rebelião, a estratégia é criar dificuldades para vender facilidade na forma de uma ampliação do espaço ministerial e nos palanques estaduais.

O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP), chamou a comissão externa de “ineficaz” e “temerária”. Segundo ele, uma comissão de deputados não tem poder de ir ao exterior solicitar documentos sobre investigações. “Outras instituições brasileiras teriam mais acesso comparativamente a uma comissão que não tem poder algum”, afirmou.

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