Países em desenvolvimento concentram 90% das pessoas sem acesso à Internet
Novos números publicados nesta segunda-feira, 5/5, pela União Internacional das Telecomunicações, indicam que ao fim de 2014 serão cerca de 3 bilhões os usuários da Internet em todo o mundo – dois terços deles em países em desenvolvimento e 2,3 bilhões de acessos em banda larga móvel.
A UIT calcula, portanto, que cerca de 40% da população mundial terá acesso à Internet até o fim deste ano. Mas ainda que em números absolutos a maioria dos internautas esteja em países em desenvolvimento, é também neles que vivem 90% das pessoas que ainda não têm acesso à rede.
Ao fim de 2014, a penetração da banda larga fixa deverá chegar a 10% em todo o mundo, sendo 44% dos acessos na região Ásia-Pacífico, 25% na Europa e menos de 0,5% na África. “Apesar do crescimento em dois dígitos nos últimos anos, a penetração na África segue muito baixa”, diz a UIT.
Nas Américas, a taxa de crescimento é a mais baixa – cerca de 2,5% – o que sugere que até o fim do ano a penetração da banda larga fixa na região deverá chegar a 17%. Já na Europa, a penetração da banda larga fixa equivale a três vezes a média mundial.
No caso da banda larga móvel, a UIT calcula que os 2,3 bilhões de acessos em 2014 vão representar uma penetração mundial de 32% do serviço – sendo que nos países desenvolvidos o índice chegará a 84%, ou quatro vezes a penetração verificada nos países em desenvolvimento (21%).
Os maiores percentuais de penetração da banda larga móvel estão na Europa (64%) e nas Américas (59%), seguido das repúblicas da Comunidade de Estados Independentes (repúblicas da ex-URSS, com 49%), Estados Árabes (25%), Ásia-Pacífico (23%) e África (19%).
Visto pela penetração nos domicílios, a UIT calcula que a penetração do acesso à Internet já atinge a saturação nos países desenvolvidos – índice de 78%. O percentual é bem menor, 31%, quando medida a penetração da Internet em domicílios dos países em desenvolvimento.
No Brasil, a penetração de banda larga fixa ainda é pouco inferior à média global e tem baixa qualidade: mais de 50% das velocidades dos planos variam entre 256 kilobits por segundo e 2 megabits por segundo. Velocidades acima de 10 megabits por segundo têm penetração de apenas 2,5% entre a população. Na Coreia do Sul, o percentual chega a 37%.
Os números também mostram 7 bilhões de acessos da telefonia móvel. O crescimento se deve aos países em desenvolvimento, que concentra 78% dos acessos móveis, mas o ritmo está em seu menor nível – 2,6% a.a. – o que indica que o mercado se aproxima da saturação, segundo a UIT.