Para GVT, iniciativa privada é quem tem o “know how” da oferta de banda larga
O vice-presidente de Assuntos Institucionais da GVT, Carlos Alberto Nunes, engrossou o coro em favor de que o governo não entre no mercado direto de oferta de serviços por meio do Plano Nacional de Banda Larga. O executivo esteve nesta sexta-feira, 16, no Conselho Consultivo da Anatel para falar sobre os planos da companhia após ter sido adquirida pelo grupo francês Vivendi. Para Nunes, as empresas do setor são a melhor opção para a oferta do serviço ao consumidor. E, ao governo, caberia apenas das as condições para que a expansão da oferta ocorra.
“A iniciativa privada tem o know how. Tendo as condições, ela vai prestar esse serviço de forma bem feita”, afirmou o vice-presidente da GVT. “A nossa opinião é que o governo não pode preterir as empresas privadas já que o problema da oferta de banda larga no país está na ponta”, complementou, frisando que a participação das operadoras asseguraria mais “economicidade” para o PNBL.
A perspectiva da GVT é que o governo garanta o acesso das empresas privadas às redes de fibra das elétricas dentro do plano de massificação da banda larga. “A fibra da Eletronet não vai resolver a oferta. Ela pode ajudar se for colocada à disposição das empresas privadas para aumentar a capacidade.” A necessidade da parceria entre o governo e a iniciativa privada é que a oferta do serviço de banda larga de forma massiva tem grandes chances de ser deficitária, segundo Nunes. Por conta disso, outro item se torna crucial: que o governo ofereça contrapartidas às empresas. Essas contrapartidas podem vir por meio de desoneração fiscal ou injeção de recursos, via Fust, por exemplo.
Planos
Com relação aos planos da empresa com um novo controlador, Nunes ressaltou o interesse da GVT em expandir suas operações para além das áreas atendidas atualmente. A estratégia clara da empresa é oferecer pacotes de serviços múltiplos aos seus clientes no futuro, investindo especialmente em IPTV. Para isso, a GVT tem acompanhado de perto a tramitação do PL 29/2007, que estabelece novas regras para o setor de TV por assinatura e para o ramo do audiovisual nacional.
O interesse no projeto está no fato de que, sem uma regulamentação específica para a oferta de IPTV, os executivos da GVT entendem que esse produto será classificado como uma oferta de TV por assinatura quando a nova lei entrar em vigor. De fato, o projeto como está hoje é flexível o suficiente com relação às tecnologias de oferta de TV paga para assegurar, enfim, um espaço para o IPTV entre as modalidades de TV por assinatura.
Nunes, no entanto, frustrou as expectativas de quem apostava que, sob o comando da Vivendi, a GVT pudesse investir também na produção de conteúdo audiovisual. A espera por uma movimentação neste sentido vem do fato de que a Vivendi é o maior grupo de mídia da França, tendo como principal alvo de suas operações na Europa a produção de conteúdo e não as telecomunicações. “Nós queremos entrar no mercado de distribuição de conteúdo; não queremos produzir”, assegurou o executivo.