Paulo Bernardo diz que até maio deve concluir negociações sobre banda larga
BRASÍLIA – Criar mecanismos para permitir o acesso ao financiamento do BNDES para os pequenos provedores de internet foi um dos principais temas da reunião desta terça-feira do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). O encontro com as associações dos provedores marcou o início das rodadas de negociações para as parcerias entre governo e iniciativa privada para a implantação da banda larga no país. Paulo Bernardo quer até maio negociar com todos os setores e começar a implantar o plano de banda larga.
– Estou dando como horizonte para a gente trabalhar e negociar com todos os setores para a gente botar na mesa até maio para a gente ter uma definição. Até porque a gente precisa definir como vai funcionar para depois o pessoal ir implementando porque isto não vai ser feito da noite para o dia, vai ter que ter infraestrutura, vai ter que ter um avanço mesmo rápido eu acho que nós temos que trabalhar com um horizonte do governo Dilma – disse o ministro.
O ministro disse que os provedores têm dificuldade em conseguir financiamento porque não conseguem apresentar garantias. A ideia é utilizar o fundo garantidor do BNDES atrelado ao Cartão BNDES. As empresas vão apresentar ao governo uma planilha detalhada de todos os seus custos.
– Eles descreveram alguns problemas, imposto, o preço do atacado do tráfego é caro, burocracia , eles não têm crédito. Eu pedi que eles trouxessem na próxima conversa com os técnicos uma planilha com todos os custos e ou problemas – disse o ministro.
Os provedores também conversaram com o ministro sobre as variações de preço dos links (conexões) de várias empresas e também do valor fixado pela Telebrás. A partir desta conexão é que é puxada a chamada última milha, que vai levar a banda larga para os municípios. Este valor terá impacto direto no preço cobrado do consumidor. Bernardo disse que também terá uma reunião detalhada com a Telebrás e “este será um tema vamos apresentar para o pessoal da Telebrás e ver se eles têm condições de melhorar também”.
O novo secretário de Telecomunicações, Nelson Fujimoto, disse que o financiamento será destinado ao microempresário, optante do Simples. A estimativa é de que existam atualmente no país cerca de 2.300 provedores.
– A dificuldade é do tomador do financiamento. O fundo existe mas não é atrelado ao Cartão BNDES – disse Fujimoto.
Outro problema apresentado pelos provedores é o aluguel de postes de energia para a passagem da rede de banda larga. O ministro contou que algumas empresas de eletricidade cobram R$ 2,50 por poste, mas o preço de outras chega a R$ 9,00, valor considerado muito alto pelos provedores. Ele disse que já conversou com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sobre o assunto que iria discutir o tema com as empresas de energia.
Participaram do encontro com o ministro: os presidentes da Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet (Abranet), Eduardo Parajo; da Rede Global Info; Magdiel Santos; da Associação Nacional para a Inclusão Digital (Anid), Percival Henrique; e o representante da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), Cesar Conaversi.