Primeira fábrica de chip do Brasil começa a operar

Além de investir em instalações para a produção de circuitos integrados, o governo tem financiado também a formação de projetistas de CIs. O preparo desses profissionais é parte do Programa CI Brasil do MCT, que visa treinar pessoal especializado e competitivo, para atuar nas Design Houses (DH) existentes e nas que se estabelecerem no Brasil.
No País, existem hoje dois centros de treinamentos na área de microeletrônica. Um na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e outro em Campinas (SP), no Centro Nacional de Tecnologia (CNT) – ex-Centro de Pesquisa Renato Archer (CenPRA).
Essas ações estão inseridas no Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação (PAC,T&I 2007-2010). Os investimentos públicos no setor devem chegar a R$ 500 milhões. O financiamento destas ações visa ao fomento tecnológico das indústrias de eletrônica e de semicondutores, do setor softwares e serviços, bem como, o de telecomunicações.
O programa CI Brasil opera em cooperação com a empresa Cadence Design Systems Inc. A meta é capacitar até 2011 cerca de 1,5 mil projetistas, visando atender a demanda atual e futura das empresas nacionais, incluindo as DHs em processo de formação, e multinacionais operando no País, ou que aqui se instalarem. Além da formatação de mão de obra, a proposta objetiva a criação de mais dois centros de formação, um na região Sudeste e outro na Nordeste.
Capacitação
De acordo com o diretor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer e coordenador do Programa CI Brasil, Jacobus Willibrordus Swart, a formação de projetistas tem o caráter de suprir as necessidades do Ceitec e também das demais empresas instaladas no País, que trabalham com o desenvolvimento de circuitos.
“É de extrema importância o investimento do governo federal por meio do MCT no fomento ao mercado de circuitos integrados. Só assim conseguiremos trabalhar em uma tecnologia que não é de ponta, mas que é de suma importância”, destaca.
Jacobus disse que até agora já foram formados cerca de 340 projetistas. “Com os investimentos do governo, que chegam a R$ 10 milhões anuais, devemos formar em torno de 200 profissionais todo ano”, comenta. O coordenador do programa salienta ainda a necessidade de o País incentivar seus jovens a ingressar na área da engenharia elétrica.
“Precisamos trabalhar para estimular nossos jovens a que busquem essa carreira. O Brasil precisa formar mais engenheiros. Se comparado com outros países do Bric – Brasil, Rússia, Índia e China -, por exemplo, a Rússia forma anualmente 120 mil engenheiros; a China, 300 mil; a Índia, 200 mil e o Brasil, apenas 30 mil por ano”, informa.
O profissional formado pelo programa é reconhecido como projetista de CIs de nível internacional, sendo certificado pela empresa Cadence Design Systems, apontada como um dos maiores fornecedores mundiais de ferramentas EDA (Electronic Design Automation) e de soluções em microeletrônica.