Puxada por serviço móvel, receita trimestral de telecom avança 5,5%

ago 27, 2024 by

As principais operadoras do País, incluindo os maiores players regionais, registraram crescimento de 5,5% na receita líquida no segundo trimestre de 2024, somando R$ 45,2 bilhões. No semestre, a receita registrou aumento de 4,9%, para R$ 89,8 bilhões. Os dados foram compilados pela Teleco, consultoria especializada em telecom.

Ao TELETIME, o presidente da consultoria, Eduardo Tude, afirmou que o desempenho no segundo trimestre foi puxado pelos serviços móveis. Enquanto a receita líquida proveniente dos serviços fixos apuraram expansão de 2,2%, no móvel o indicador teve alta de 8,8%, para R$ 22,7 bilhões.

“O crescimento da receita líquida das operadoras hoje, principalmente no móvel, é um resultado excepcional. A nível global, o normal para uma operadora de sucesso varia entre 2% a 3%. Quando isso supera os 5%, é considerado um grande desempenho”, diz Tude.

Além do forte crescimento no pós-pago (excluindo M2M), pesaram sobre a performance a redução de impostos como o ICMS e o aumento da oferta de serviços de valor adicionado pelas teles. “Há um crescimento no pós-pago que supera e muito as perdas do pré. Junto com o 5G, que leva o usuário a migrar para planos de uma maior cota de dados, esse movimento gera um aumento na base de assinantes e na receita”, diz.

Para a segunda metade do ano, o entendimento é que a performance positiva deva continuar – ainda que o pós-pago possa ter uma menor intensidade na comparação com os primeiros meses do ano. As dúvidas, porém, pairam sobre 2025. “Provavelmente, devemos presenciar um crescimento menor no ano que vem”, avalia Tude.

Banda larga
Por outro lado, o presidente da Teleco frisa que há um movimento de mudança nas receitas dos serviços fixos, com a banda larga tendo um peso cada vez maior, ao passo que a TV por assinatura e a telefonia perdem relevância.

No segundo trimestre, os maiores crescimentos percentuais de receitas vieram justamente de provedores de banda larga: Brasil TecPar (+43,9%), Alares (34,4%), Unifique (18,2%) e Brisanet (15,3%) puxaram a fila.

Nos três primeiros casos, os números foram beneficiados por aquisições – que devem seguir em alta na banda larga. Das 8 mil prestadoras que reportam os dados para a Anatel, 7,5 mil possuem menos de 5 mil acessos, o que abre oportunidades de M&As, recorda Tude. Boa parte também não chegou aos 50 mil usuários.

“As companhias procuram comprar players onde não estão, mas que estejam perto das áreas onde elas já estão presentes porque há uma sinergia maior. Pode ter até algum overlap (sobreposição), mas busca-se empresas localizadas próximas das cidades onde elas atendem”, afirma o consultor.

Também no segundo trimestre, Desktop (51,3%), TIM (50%) e Vero (49,1%) lideram entre as companhias com maior margem Ebitda. Depois, surgem Unifique (47,8%) e Alares (45,8%). A Claro registrou 43,2% e a Vivo, 39,9%.

Fernando Barbosa, Teletime, 26 de agosto de 2024

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