Radiodifusores dos EUA temem ser obrigados a devolver espectro
Os radiodifusores estão insatisfeitos com a disputa pelo espectro de frequência que acontece nos Estados Unidos. Eles temem que a proposta da FCC (órgão regulador das comunicações no país), de que parte das frequências não usadas pelas emissoras de rádio e TV seja devolvida voluntariamente, passe a ser obrigatória. O presidente da NAB, principal associação de radiodifusores norte-americanos, Gordon Smith, disse ao site Politico.com que “se a proposta (da FCC) for realmente voluntária, nos voluntariamos para ajudar”. Contudo, afirmou o executivo da associação, ex-senador republicano pelo estado do Oregon, se a proposta mudar para uma forma compulsória de devolução de frequências, a oposição será “muito barulhenta”.
A FCC vem trabalhando desde 2010 para liberar 300 MHz de espectro em cinco anos e mais 200 MHz em uma década, como parte do Plano Nacional de Banda Larga daquele país. Este espectro deve ser usado para serviços de banda larga móvel. A expectativa da FCC é que pelo menos 120 MHz venham da radiodifusão. A proposta é que os radiodifusores que se voluntariarem a devolver parte de suas frequências tenham uma participação no valor arrecadado no leilão destas frequências.
Durante o Consumer Electronic Show, que aconteceu este mês em Las Vegas, o presidente da Consumer Electronic Association, Gary Shapiro, afirmou que os radiodifusores estão “sentados” sobre um volume gigante de espectro. “Eles receberão algum dinheiro por isso, mesmo não sendo os donos deste espectro”, disse.
Ainda no evento, o presidente da FCC, Julius Genachowski, afirmou que “há uma nova tecnologia disruptiva da qual nós temos que tirar vantagem para a nossa economia”, sobre as possibilidades que o acesso móvel a dados trazem aos usuário. “Deixe o mercado decidir qual é o melhor uso para o espectro”, complementou.