Resultado positivo da Oi Fibra não foi suficiente para operadora recuperar receitas
A Oi divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, destacando uma recuperação após seu processo de reestruturação. Embora tenha apresentado queda de 14,4% na receita total no período, impactada principalmente pelos serviços legados, a companhia registrou uma receita líquida da Oi Fibra de R$ 1,1 bilhão, o que representa um aumento de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 2,8% na comparação trimestral.
A base de casas conectadas permaneceu estável, apresentando leve queda nos comparativos (-0,2% ano contra ano e -0,8% trimestre contra trimestre), mas apesar dessa variação, a receita média por usuários (ARPU) da Oi Fibra apresentou crescimento de 0,8% na comparação anual e 3,1% em relação ao trimestre anterior, evidenciando o fortalecimento da rentabilidade por cliente e o sucesso das iniciativas voltadas para a retenção e fidelização de usuários de maior valor agregado.
Já no mercado corporativo, a receita proveniente dos serviços de cloud também registrou um aumento de 8% no trimestre, em comparação com igual período anterior, enquanto as receitas de soluções de comunicação (UC&C) mostraram um crescimento de 60% e as de IoT 5% no período. As receitas de tecnologia de informação e comunicação no terceiro trimestre representaram aproximadamente 30% da receita total da Oi Soluções, unidade de negócios voltada para o mercado corporativo.
Receita de serviços de telefonia fixa derruba resultado da Oi
Ainda de acordo com o balanço, a receita líquida caiu no trimestre, com desempenho negativo em serviços de cobre e queda na receita em áreas que não são mais estratégicas para a companhia. Os custos e despesas também tiveram impacto devido à alta de câmbio e a despesas associadas ao financiamento, incluindo juros, o que pressionou o fluxo de caixa operacional. O opex de rotina (excluindo alugueis e seguros) caiu 17,2% na comparação anual, argumento que a operadora usa para dizer que está buscando reduzir despesas.
A Oi também diz que o atraso na conclusão do processo de migração do regime de concessão do telefone fixo gerou multas de R$ 160 milhões e despesas de R$ 350 milhões com a manutenção do serviço de telefonia fixa. Além disso, com o processo de migração ainda em análise, a companhia não pode continuar com o processo de venda de imóveis. A Oi tem mais de 7 mil imóveis, que com fim da concessão poderão ficar disponíveis para venda.
Plano de recuperação judicial
Durante a apresentação, o CEO Mateus Bandeira ressaltou também as entregas relacionadas ao Plano de Recuperação Judicial. “Em relação ao processo de reestruturação, é importante destacar que alcançamos uma diminuição de 60% na dívida líquida, a valor justo, além de uma forte redução nos créditos com os fornecedores chamados take-or-pay. Também concluímos uma etapa crítica, que é a anuência da Anatel ao aumento de capital da companhia. Com relação à venda de ativos, fechamos a segunda rodada do processo competitivo da V.tal, pelo valor de R$ 5,7 bilhões”, explicou.
“Nós seguiremos com os esforços para suporte à implementação da transação e celebração do contrato de compra e venda e obtenção das aprovações regulatórias aplicáveis nesse caso. Quanto ao equacionamento do negócio legado, nós estamos finalizando os trâmites para a conclusão da solução consensual e, consequentemente a assinatura do termo de autorização que permitirá a migração de regime de concessão para autorização”, concluiu.
IP News, 11 de novembro de 2024