Sercomtel vende 3,5 GHz no Norte e em SP para consórcio Amazônia 5G

abr 29, 2025 by

A Sercomtel, empresa gerida pelo fundo Bordeaux Participações, do empresário Nelson Tanure, vendeu as licenças de exploração do serviço de telefonia móvel 5G, na faixa de 3,5 GHz, na região Norte e no Estado de São Paulo parar o consórcio Amazônia 5G. A operação foi reportada pela Coluna Broadcast, do Estadão, e confirmada por TELETIME. Segundo apurou este noticiário, o pedido de anuência prévia deve ser protocolado em breve, mas isso ainda não aconteceu.

A operação ainda depende de autorização da Anatel e acontece antes mesmo do início dos compromissos obrigatórios assumidos pela Sercomtel, que deveria iniciar suas operações de 5G até julho de 2026, de acordo com o edital.

As licenças que foram negociadas agora foram obtidas pela Sercomtel no Leilão do 5G de 2021 por R$ 82 milhões. A venda foi feita sob um ágio de 719% sobre o valor mínimo que o edital pedia.
De acordo com coluna Broadcast, Tanure e demais investidores da Sercomtel resolveram se desfazer nas licenças “porque as contas não estavam batendo”. Além do espectro, a empresa também detém compromisso de investir aproximadamente R$ 700 milhões para adimplir as obrigações de cobertura previstas no edital.

A transação não envolve a licença de 5G no Estado do Paraná, que está diretamente em nome da Ligga. Mas também haveria disposição de uma negociação, segundo apurou etse noticiário, se houver uma proposta.

O Consórcio Amazônia
O comprador da licença, o consórcio Amazônia 5G, é o mesmo grupo que chegou a firmar acordo com Ligga em 2024 para uso das frequências de 3,5 GHz em parceria com a operadora para a operação na região Norte. Não se sabe ainda se o grupo vai manter a estratégia de operação no Estado de São Paulo ou se procurará parcerias locais.

Em 2024, Luiz Cláudio relatou ao TELETIME que o grupo de provedores envolvido no projeto chegou a se estruturar para participar do leilão 5G de 2021, o que não se concretizou. Desde então, o consórcio tem mantido conversas com o grupo de Nelson Tanure, que adquiriu frequências regionais de 3,5 GHz no Norte, São Paulo (via Sercomtel) e Paraná (via Ligga).

Em tese, o consórcio Amazônia 5G é composto por oito operadoras que atuam nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e São Paulo. Cada uma fornece a infraestrutura de rede para dezenas de outros provedores locais. As licenças obtidas pelo consórcio permitirão a ativação do serviço 5G nesses estados.

Mas existe alguma desconfiança no mercado sobre o grau de maturidade destas parcerias, já que desde o ano passado, quando o cnsórcio Amazônia 5G foi oficialmente lançado, poucas informações adicionais sobre a operação foram compartilhadas.

Paraná
O fundo de investimento Bordeaux Participações disse ao Broadcast que a venda das licenças da Sercomtel não influencia os planos de negócios de telefonia móvel da operadora Ligga, que detém autorizações para explorar o serviço de 5G no Paraná.

A Ligga havia informado no ano passado estar avançando na estruturação de seu modelo de operação para o 5G no Paraná.

Marcos Urupá, Teletime, 28 de abril de 2025

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