Teles investirão R$ 2,3 bi, abaixo dos R$ 4 bi, previstos pela Anatel
Os brasileiros que tiverem a curiosidade para conhecer com um pouco mais de detalhes os planos de melhoria apresentados à Anatel pelas operadoras TIM, Claro e Oi já podem conferir o site da agência (www.anatel.gov.br) no link relativo às “Medidas Cautelares do SMP”.
E há um dado importante: as estimativas da Anatel de que as medidas cautelares que suspenderam as vendas de novas linhas de voz e dados foram superestimadas. Isso porque, na prática, com R$ 451 milhões da TIM, R$ 1,5 bilhão da Claro e R$ 376 milhões da Oi, o valor é mais próximo de R$ 2,3 bilhões do que os R$ 4 bilhões divulgados como relativos às cautelares.
A TIM, principal atingida pela suspensão das vendas – foi proibida em 18 estados e no Distrito Federal – promete investir R$ 451 milhões diretamente em melhorias da qualidade “em função da Medida Cautelar”. Com isso, sustenta que vai modernizar 80% da base de equipamentos (60% ainda este ano), atingindo até o fim de 2012 um incremento de 33% na capacidade da rede de acesso.
No plano – que vai até o fim de 2014 – está prevista a construção de 2 mil novas estações radiobase, além da ampliação de 181 mil para 272 mil transceptores. No conjunto, a TIM calcula triplicar a capacidade atual de acesso na rede de dados.
Nesse cenário, prevê ampliar o backbone nacional de 21,3 mil km para 41,3 mil km de fibras ópticas – além de 11 mil km na construção de 14 anéis metropolitanos. A projeção da rede de fibras inclui, no entanto, acordos de troca e o uso de redes de terceiros.
Segundo a empresa, o reforço no backbone e a substituição/modernização de equipamentos têm como objetivo atacar os principais problemas identificados como causadores das falhas que levaram à decisão da Anatel – ou seja, falhas em transmissão e equipamentos.
Claro
A Claro, cuja capacidade de transmissão é amplamente ancorada no backbone da Embratel – que pertence ao mesmo grupo econômico controlado pela mexicana América Móvil – calcula em R$ 1,5 bilhão os investimentos adicionados aos projetos originais da companhia para o período até 2014 por conta da cautelar da agência.
Eles incluem, por exemplo, ampliar de 162 mil para 220 mil o número de transceptores, além de um amplo plano de reuso de estações radiobase, aumentando em cerca de 5 mil o número daquelas capazes de conexões 3G. A medida é defendida pela Claro por conta da “importante migração de tráfego para Rede 3G a partir de 2013”.
Paralelamente, o grupo vai investir cerca de R$ 1 bilhão na construção de um novo cabo submarino entre Brasil e Estados Unidos para atender o crescimento do tráfego de Internet. Esse cabo, com capacidade de 500 Gbps, ligará Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, América Central e seguirá até Miami, nos EUA.
Oi
A Oi projeta investimentos de cerca de R$ 5,5 bilhões nas redes 2G, 3G e 4G (acesso e core) até 2014, sendo cerca de R$ 1,7 bilhão exclusivos para melhoria de qualidade da rede. Mas a parcela que aparentemente está mais diretamente ligada à reação à suspensão das vendas da empresa em cinco estados é de aproximadamente R$ 376 milhões em “melhoria operacional”.
É esse o montante que a Oi define como investimentos voltados à “redução de interrupções” até 2014. Nesse campo, a operadora identificou como principais causas dos problemas de qualidade aqueles ligados à transmissão – que receberão R$ 151,3 milhões – e energia, que ficarão com R$ 129,2 milhões.
A empresa trabalha com uma projeção de crescimento de 35% no número de assinantes até 2014 e também estima impactos dos serviços 4G. Nas contas da Oi, em 2014 haverá demanda de 400kbps por usuário, ano em que terá cerca de 3,9 mil sites LTE. A empresa promete passar de 140 mil para 200 mil transreceptores, além de uma ampliação de capacidade em 43%.