TIM deve ser a mais afetada por redução das tarifas, afirmam bancos

jun 24, 2014 by

Os analistas do Bank Of America Merrill Lynch se surpreenderam com a decisão da Anatel que obriga a redução gradual das tarifas da rede móvel. Segundo relatório divulgado pelo banco, a expectativa era que a determinação ficasse entre 20-25%.

 

Para o banco, a operadora que mais vai sentir o peso da medida será a TIM, com quase 100% da receita oriunda das redes móveis. O impacto sobre o EBITDA da companhia pode alcançar 17%, ante 12% de exposição da Vivo e 5% da Oi.

Mesmo assim, os analistas acreditam que estes números devem cair bastante antes de 2016, devido a previsões de reduções fortes nas tarifas já neste e no próximo ano, da ordem de 33%.

A Anatel decidiu na quarta-feira (18) que as operadoras deverão, a partir de 2016, diminuir os preços em cerca de 43% ao ano, até 2019. A agência também determinou queda das tarifas VU-M, de interligação entre redes fixas e móveis. Para o banco, a combinação deve tornar mais comuns ofertas com chamadas entre celular e telefone fixo no longo prazo.

Ainda de acordo com o Merrill Lynch, a baixa oscilação do preço das ações das companhias no pregão de quarta-feira (18), quando foi anunciada a decisão, indica consenso entre investidores de que a consolidação é mais relevante para o mercado nacional. A obrigatoriedade da redução dos preço também deve inibir a entrada de novas empresas no leilão de 700 MHz.

Para o Citibank, o impacto da decisão também será muito maior sobre TIM e Vivo, que juntas, contabilizam 56% dos assinantes móveis brasileiros, que para as demais. Segundo o banco, a medida vai aprofundar a perda de receita que as operadoras já vêm enfrentando. “Devido à baixa elasticidade do mercado brasileiro, não acreditamos que a redução dos preço vá gerar tráfego suficiente para sustentar os ganhos com voz, cuja receita deve encolher mais rapidamente até 2019?, diz o relatório.

Ainda assim, o banco espera aumento de 68% no tráfego das redes móveis até 2019 devido à redução dos preços. Com isso, as operadoras terão de ampliar o Capex para suprir a demanda, em um cenário de queda contínua no faturamento. O Citibank também enxerga a TIM como empresa mais exposta à redução tarifária.

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